A semana de 4 dias tem sido adotada em alguns países e já chegou a ser testada no Brasil, mas, se de um lado os colaboradores apoiam a redução de um dia de trabalho, de outro, as empresas ainda têm ficado receosas sobre a efetividade dessa mudança.
A ideia é que uma menor carga horária semanal contribua para reduzir os níveis de estresse e esgotamento e aumentar a satisfação dos colaboradores, tornando o ambiente corpoativo mais saudável, o que também se refletiria, para as organizações, no aumento da produtividade, retenção de talentos e redução do absenteísmo.
Mas será que funciona na prática? E no Brasil, a legislação trabalhista permite esse formato? Este artigo reúne tudo o que você precisa saber sobre semana de trabalho de 4 dias, para tirar suas próprias conclusões. Acompanhe!
Como funciona uma semana de 4 dias de trabalho?
A semana de 4 dias é uma nova jornada de trabalho que consiste em eliminar 1 dia inteiro de trabalho, possibilitando 3 dias de folga para os colaboradores. Com isso, a carga horária da semana que, na maioria das empresas, é de 40 horas, passa para cerca de 32 horas.
O dia em que ocorre essa folga extra fica a critério da organização: pode ser emendando com o fim de semana ou qualquer outro dia normal.
Um ponto importante nesse modelo é que a redução da carga horária não deve impactar a remuneração dos funcionários, ou seja, as equipes trabalham menos tempo, ganhando o mesmo salário e benefícios do que se trabalhassem os 5 dias tradicionais.
Quem trabalha 4 dias na semana, por exemplo, teria direito aos mesmos 30 dias de férias remuneradas e 13º salário do que alguém que exerce sua jornada de 5 dias/semana.
E quais resultados são esperados com a semana de 4 dias?
A semana de 4 dias começou a se popularizar como uma alternativa para melhorar a qualidade de vida e reter profissionais nas empresas, já que jornadas longas e exaustivas muitas vezes comprometem a vida pessoal e até a saúde mental e física das pessoas.
Além disso, a redução também contribuiria para tornar as equipes mais produtivas no horário em que estão trabalhando e reduzir custos com o menor tempo de operação.
Assim, dentre os principais objetivos buscados com essa prática, estão:
- aumento da produtividade e eficiência: com um foco maior em resultados em vez de horas trabalhadas, há um incentivo para uma execução mais concentrada e eficiente dos afazeres;
- melhora da satisfação e engajamento: funcionários que conseguem equilibrar melhor a vida profissional e pessoal tendem a se sentir mais motivados a valorizar o contratante;
- redução do estresse e esgotamento: menos dias de trabalho consecutivos podem reduzir a exaustão física e mental, promovendo um ambiente mais saudável;
- redução do absenteísmo e da rotatividade: o tempo livre adicional reduz os motivos para atrasos, faltas e demissões;
- atração de talentos: empresas que oferecem uma semana de 4 dias podem ser mais atraentes para candidatos que buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional em um mercado competitivo;
- promoção da inovação: funcionários com mais tempo livre podem ser mais criativos e inovadores ao resolver problemas; e
- economia em custos operacionais: menos dias de operação podem reduzir despesas como energia, alimentação e transporte.
Esses benefícios foram observados a partir das experiências já realizadas por empresas pelo mundo, que testaram e até implementaram de vez esse modelo de jornada.
Que tal se inspirar nelas?
Em quais países a semana de 4 dias já é realidade?
A redução da jornada semanal de trabalho para 4 dias começou a ganhar força com a pandemia, em 2019, mas, um ano antes, a iniciativa já entrava em debate impulsionada pelo empresário neozelandês Andrew Barnes, se espalhando aos poucos para outros países, principalmente na Europa.
Barnes é o criador do projeto The 4 Day Week, que provocou o mercado ao questionar quanto tempo da jornada de trabalho é, de fato, produtivo, e como reduzi-lo poderia se reverter em mais foco e produtividade durante o expediente.
Após o sucesso do projeto piloto em sua própria empresa, iniciativas foram replicadas pelo mundo e países como França, Espanha, Dinamarca, Bélgica e Reino Unido, que, hoje, possuem empresas que trabalham 4 dias por semana.
Destaque também para a Islândia, que conduziu um experimento nacional, e os Emirados Árabes Unidos, primeiro país a instaurar de vez a jornada de 4 dias em escala institucional.
E no Brasil, a semana de trabalho de 4 dias é possível?
A Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não possui uma regulamentação específica, mas também não impede a adoção da semana de 4 dias no Brasil. Aqui, as empresas têm liberdade para organizar suas jornadas de trabalho, desde que não ultrapassem o teto, que é de 44 horas semanais.
Mas a tendência mundial motivou debates em terras canarinhas: atualmente, estão em tramitação, no Senado, pelo menos três propostas para reduzir a jornada sem perda salarial, ou para incentivar as empresas a adotarem a medida.
As iniciativas vão na linha de alterações constitucionais para reduzir o teto semanal de 44 para 40 horas semanais e, depois, diminuí-lo gradativamente, até chegar a 36 horas por semana.
Já o Projeto de Lei 1.105/23 é o que dispõe sobre trabalhar até 4 dias na semana sem redução no salário, desde que mediante acordo ou convenção coletiva, mas o Senado ainda não aprovou a semana de 4 dias úteis! A proposta ainda tramita nas comissões técnicas da casa.
Ainda assim, algumas organizações BR já colocaram a nova jornada à prova em caráter de testes.
16 empresas brasileiras que já testaram a semana de trabalho de 4 dias
Para testar a viabilidade da medida por aqui, 21 empresas brasileiras aderiram, agora em 2024, ao projeto 4 Day Week Brazil, aplicando a redução para 4 dias semanais sem comprometer os salários.
Elas foram elencadas abaixo para título de conhecimento.
- Hospital Indianópolis (saúde)
- Editora Mol (produção editorial)
- Thanks for Sharing (tecnologia)
- Oxygen (inovação)
- Haze Shift (inovação)
- GR Assessoria Contábil (contabilidade)
- Alimentare (alimentação)
- Ab Aeterno (produção editorial)
- Grupo Soma (eventos)
- Brasil dos Parafusos (materiais de construção)
- Innuvem Consultoria (tecnologia)
- Inspira Tecnologia (tecnologia)
- PN Comunicação Visual (design)
- Clementino & Teixeira (advocacia)
- Plonge Consultoria (recursos humanos)
- Vockan (tecnologia)
O experimento durou 6 meses, e os resultados demonstraram muitos aspectos positivos. Por outro lado, o ritmo de trabalho mais acelerado também aumentou o sentimento de pressão.
Experimento 4 Day Week Brazil | |
Resultados positivos | Resultados negativos |
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Vale apontar que esses resultados são referentes ao período inicial de 6 meses, mas o estudo continua para monitoramento a longo prazo e expansão do piloto para incluir outras empresas e gerar conclusões mais aprofundadas.
Também é importante dizer que, para pensar nessa melhoria por aí, você precisa dominar o controle de jornadas primeiro. Assim, quando chegar um momento de transição, seu negócio não terá quaisquer problemas ao mudar de ritmo.
Como ter um bom controle da jornada de trabalho?
Se você está buscando modernizar o ambiente de trabalho aí na sua empresa, seja adotando a semana de 4 dias ou não, fato é que você vai precisar manter um bom controle das jornadas de trabalho, e, para isso, o melhor caminho é automatizar a gestão.
Utilizar uma boa plataforma de controle de ponto vai ajudar você a gerenciar com mais facilidade a rotina dos colaboradores, começando pela marcação de horários, monitoramento da carga horária, gerenciamento de banco de horas e personalização dos diferentes tipos de escalas de trabalho.
Assim, você garante o acompanhamento preciso das horas trabalhadas e uma jornada produtiva e eficiente, sem perder o controle sobre o que realmente importa. Experimente!
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