Demissão silenciosa: o que é, como identificar e evitá-la?

A demissão silenciosa é um fenômeno que está ganhando cada vez mais adeptos entre corporações do mundo todo. Saiba tudo sobre o quiet quitting e o que fazer para evitar que ele aconteça na sua empresa.

Demissão silênciosa

Você sabe o que é demissão silenciosa? O quiet quitting acontece quando um funcionário decide fazer o mínimo de trabalho possível, atendendo apenas às demandas pelas quais foi contratado. Evitar esse tipo de situação é função do setor de RH, que deve criar um ambiente mais flexível e acolhedor.

Nesse fenômeno, os colaboradores evitam ao máximo sair do seu escopo, fazer tarefas diferentes ou horas extras, em busca de um equilíbrio maior entre a vida pessoal e profissional, deixando de lado o famoso estilo “workaholic”, expressão utilizada para aqueles colaboradores viciados em trabalho.

A demissão silenciosa é mais popular entre os jovens trabalhadores da geração Z que, segundo uma pesquisa feita pelo The Wall Street Journal, representam quase 54% dos adeptos.

Apesar de parecer uma ideia boa de início, o quiet quitting pode trazer problemas a longo prazo para os trabalhadores e prejuízos para as empresas. Vamos entender um pouco melhor esse tema?

Origem da demissão silenciosa

O movimento surgiu recentemente, logo após a pandemia, e ganhou popularidade nas redes sociais, principalmente com um vídeo publicado em maio de 2022 pelo engenheiro Zaid Khan no TikTok.

Nele, Khan conta que conheceu esse novo fenômeno que significa “demitir-se da ideia de ir além” e só fazer o essencial no trabalho, priorizando sua saúde mental e não resumindo a sua vida apenas ao trabalho.

Apesar de o movimento ter uma boa filosofia e tentar trazer equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, esse pode não ser o melhor caminho para alcançar a estabilidade.

No quiet quitting, a pessoa deixa de ser proativa e passa a ser um executor de tarefas simples, deixando de usar a maior diferença entre um ser humano e uma máquina, que é a capacidade de pensar.

Além de ser prejudicial para a carreira do funcionário, isso impede que empresas retenham profissionais por muito tempo e dificulta o processo de promoção de colaboradores.

O primeiro passo para contornar esse problema é identificá-lo na companhia. Vamos falar um pouquinho mais sobre isso?

Como identificar a demissão silenciosa

Como esse fenômeno envolve fazer o mínimo possível no trabalho, alguns “sintomas” são comuns entre os profissionais que o praticam, como:

  • Não aceitar tarefas que estejam fora do seu escopo
  • Não se dedicar ou se dedicar menos às tarefas diárias
  • Não responder e-mails e mensagens fora do horário de trabalho, mesmo que urgentes
  • Não se dedicar para alcançar uma promoção na empresa

Se alguém do seu time apresenta essas características e desinteresse no trabalho como um todo, ele provavelmente está passando pelo processo da demissão silenciosa.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é importante, mas o desinteresse e a falta de comprometimento no trabalho também são prejudiciais. O ideal é saber balancear a intensidade com o que buscamos as realizações dentro e fora do trabalho.

Fatores que podem levar à demissão silenciosa

Mais do que entender o que é este movimento, também precisamos entender os fatores que podem causá-lo.

Não necessariamente um profissional está passando por esse processo “de propósito”. Ele provavelmente está sentindo falta de reconhecimento no emprego, tendo pouco retorno pelo trabalho que faz e não está conseguindo aproveitar a vida fora do escritório devido às condições de trabalho.

Por isso, podemos elencar dentre as principais causas do quiet quitting:

  • Falta de reconhecimento no trabalho
  • Salário abaixo da média
  • Falta de benefícios corporativos
  • Pouco tempo para descansar devido ao expediente exaustivo
  • Pressão psicológica dos colegas de trabalho

Percebe como grande parte dos problemas podem vir do ambiente de trabalho? Por isso que funcionários mais prestativos são aqueles que estão felizes onde estão e com aquilo que estão fazendo.

O trabalho deve ser recompensador, ainda mais quando pensamos que essa é a tendência do profissional do futuro: um trabalhador que se importa cada vez mais com o “viver o agora”.

Por isso, a empresa tem um papel muito importante no combate ao quiet quitting.

O que a lei diz sobre a demissão silenciosa?

Não há leis que falam expressamente sobre esse fenômeno. O que podemos encontrar na legislação trabalhista são as regras de trabalho e os direitos e deveres do empregado e do empregador.

Como vimos, alguns dos motivos que levam funcionários a aderirem à demissão silenciosa vêm da falta de apoio ao funcionário e de entender seus desejos e necessidades e é contornando esses problemas que podemos evitar esse tipo de situação nas empresas.

Por isso, vamos entender um pouco mais sobre o que você pode fazer para evitar que isso aconteça.

Como evitar a demissão silenciosa na minha empresa?

Existem diversas formas de evitar que os colaboradores desenvolvam esse tipo de hábito. Confira algumas delas agora!

1.  Tenha uma empresa mais flexível

O trabalho e a forma de trabalhar mudaram com o início da pandemia do novo coronavírus. Agora, alguns hábitos que foram adquiridos na quarentena precisam ser respeitados.

O trabalho híbrido, por exemplo, permite que o profissional possa aproveitar o melhor que o home office e o presencial podem oferecer. Com ele, há a possibilidade de aproveitar mais a família, trabalhar em diferentes ambientes e continuar encontrando os colegas de trabalho semanalmente.

Mais do que isso, a flexibilidade também vem do funcionário ter a liberdade de cuidar de assuntos pessoais sem se preocupar com que vão falar dele no trabalho. Poder marcar uma consulta médica ou sair mais cedo para buscar o filho na escola sem que ninguém no serviço fique cobrando podem ser bons exemplos.

Essa é uma troca que a empresa faz para garantir a satisfação do trabalhador e proporcionar mais liberdade para que ele possa dar atenção a assuntos pessoais e profissionais com a mesma intensidade.

2.  Ofereça benefícios

A retenção de talentos está muito ligada ao oferecimento de vantagens que façam sentido para o colaborador. Benefícios que fujam do óbvio e que tragam mais facilidade e praticidade para o dia a dia e bem-estar para os funcionários fazem toda a diferença.

Confira algumas ideias que fogem do comum:

  • Auxílio-academia
  • Programa de saúde mental
  • Palestras e programas que ensinam educação financeira
  • Oferecimento de cursos complementares
  • Desconto em farmácias e clubes

Há muito mais a oferecer além do seguro de vida, plano de saúde e vale-transporte. Não deixe de procurar parceiros que possam ajudar sua empresa nessa jornada.

3.  Faça feedbacks periodicamente

Uma ótima forma de incentivar a melhora dos seus funcionários é fazer algumas rodadas de feedback durante o ano. Criar um cronograma e um roteiro de como fazer essas reuniões pode ajudar a organizar melhor esse trabalho.

Apresentar os pontos fortes do profissional, o que ele pode começar a fazer para crescer e o que deve evitar para não se prejudicar são ótimos temas para guiar a conversa.

Além disso, ouvir o que ele tem a dizer e alinhar expectativas também são boas ideias para que as duas partes se entendam e consigam se ajudar no dia a dia de trabalho.

4.  Entenda o perfil do colaborador

Um novo tipo de profissional está começando a entrar no mundo corporativo. A Geração Z está mais focada em aproveitar a vida ao máximo, ficar com os amigos e a família e vivenciar experiências únicas.

Entender suas aspirações e crenças é um grande desafio para os líderes do futuro. Trabalhar com uma geração totalmente diferente da sua e que busca algo diferente pode ser desafiador e, por isso, é importante conversar com eles.

Almoços e happy hours são excelentes meios de ter conversas mais abertas e sem os bloqueios que o ambiente de trabalho ou reuniões online podem trazer. Criar laços com seu time é essencial para uma boa gestão e retenção.

5.  Valorize o bom trabalho

Por fim, não deixe de incentivar e reconhecer o bom trabalho feito pelo seu time. Incentivos como aumento de salário, promoções, brindes e vantagens exclusivas em parceiros podem ser um ótimo caminho para começar a valorizar o bom trabalho.

Que tal sortear uma viagem com acompanhante e tudo pago pela empresa para o colaborador com os melhores resultados? Temos certeza que muita gente vai se dedicar para cumprir as metas e deixar de ficar acomodada.

Afinal, estímulos positivos e reconhecimentos podem fazer a diferença no dia a dia e bem-estar dos seus colaboradores, proporcionando um sentimento de pertencimento e valorização ainda mais forte.

Não esqueça que a demissão silenciosa é uma tendência que ganhou força recentemente, mas que pode acabar rapidamente com ações dos seus líderes e da sua empresa.

Gostou das dicas que viu até aqui? Então, aproveite para aplicá-las na sua empresa e depois conta para a gente qual foi o resultado. Boa sorte!

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