O firewall humano consiste no treinamento e na conscientização dos próprios colaboradores de uma empresa para que eles saibam reagir e defender os dados sensíveis da organização e deles mesmos em casos de invasões de sistema e vazamento de dados.
Segundo o estudo DBIR (Data Breach Investigations Report), feito e divulgado pela Verizon, cerca de 85% dos ataques cibernéticos reportados em todo o mundo foram causados a partir de uma ação humana, o que justifica a necessidade de uma solução mais específica do que apenas os programas e as aplicações de segurança baixados em dispositivos de trabalho.
Diferentemente de firewalls tradicionais, que são softwares ou hardwares projetados para filtrar e bloquear acessos indesejados, o firewall humano tem como foco fortalecer boas práticas e bons comportamentos com os funcionários de uma organização.
Neste artigo, você vai encontrar tudo que precisa saber sobre essa inovação e, de quebra, conhece dicas de como implementá-la em seu negócio para torná-lo cada vez mais seguro. Boa leitura!
O que é um firewall humano?
O firewall humano está relacionado à ideia de que, mesmo que as tecnologias de segurança sejam essenciais em um ambiente corporativo, a conscientização e o comportamento dos colaboradores desempenham um papel ainda mais importante contra as ameaças cibernéticas.
O termo deriva de firewall, que, tradicionalmente, se refere a um sistema de segurança de rede que atua como uma barreira para controlar o tráfego de dados entre diferentes redes, como a interna e a externa. Esse sistema permite que apenas o tráfego autorizado passe, bloqueando acessos indesejados e protegendo a integridade dos dados – que, muitas vezes, são ultrassensíveis e devem ser tratados com extrema responsabilidade.
Nesse sentido, o conceito de firewall humano vai além, já que engloba as boas práticas de segurança executadas pelos funcionários além da proteção oferecida pelos sistemas. Esses comportamentos, no entanto, devem ser ensinados, treinados e colocados em prática diariamente.
Como um firewall humano funciona?
O firewall humano funciona a partir de um bom treinamento com os colaboradores. Essa medida, que é importante para criar um sistema de defesa ainda mais forte contra as ameaças cibernéticas, depende dos trabalhadores, mas também da organização, que deve investir no ensinamento das boas práticas de segurança.
O objetivo é fazer com que os colaboradores saibam identificar riscos que podem não ser detectados pelos sistemas automatizados. Assim, fica mais fácil corrigir erros e evitar problemas antes que a situação saia do controle.
Quando bem orientada, sua própria equipe será capaz de reconhecer e-mails suspeitos, links fraudulentos e práticas de engenharia social, o que diminui as chances de essas ameaças comprometerem a segurança de dados da empresa.
Além disso, vale ressaltar que, ao investir nesse tipo de proteção, a organização promove uma cultura de segurança, já que todos, desde a alta administração até os níveis operacionais, são incentivados a adotar comportamentos preventivos e a se responsabilizar pela proteção dos dados e dos sistemas em questão.
E as vantagens não param por aí!
7 benefícios de ter firewall humano nas empresas
A implementação do firewall humano nas empresas oferece uma ampla variedade de vantagens, que vão desde a redução dos riscos relacionados à segurança cibernética até o aumento da confiança dos clientes e dos parceiros na organização.
Confira!
1. Redução de riscos de segurança
Um funcionário bem treinado pode reduzir, de forma significativa, os riscos de segurança em uma empresa, especialmente ao evitar que as ameaças cibernéticas se concretizem.
Colaboradores com esse perfil são capazes de identificar e reagir a tentativas de phishing e outros ataques, bloqueando a entrada de malwares e de outras ameaças que possam comprometer os sistemas da empresa.
2. Aumento da conscientização
Investir no conceito promove uma maior conscientização sobre segurança de dados entre as equipes, que se tornam cada vez mais informadas por meio dos treinamentos e capazes de atuar como uma barreira extra contra ataques, invasões e vazamentos de informações.
3. Melhora na comunicação interna
O estado de constante monitoramento melhora a comunicação interna no que se refere às questões de segurança, já que os colaboradores costumam se sentir mais seguros para relatar incidentes e comportamentos suspeitos.
Esse aspecto é muito importante para o processo de segurança de dados, já que permite que a empresa responda de forma rápida a potenciais ameaças cibernéticas.
4. Redução de custos com incidentes
Prevenir ataques cibernéticos com o auxílio de um firewall humano pode reduzir, de forma significativa, os custos associados a esse tipo de incidentes em empresas.
Isso porque evitar que esses ataques se concretizem minimiza a necessidade de reparações caras, como a recuperação de dados e a gestão de danos à reputação da marca, que pode nunca mais ser a mesma.
5. Fortalecimento da cultura de segurança
O conceito contribui, ainda, para a construção de uma cultura de segurança na organização, visto que os funcionários, quando engajados e responsáveis por sua própria segurança e pela proteção dos seus dados, promovem um ambiente onde a proteção é uma prioridade compartilhada e integrada ao cotidiano.
6. Aumento da confiança de clientes e parceiros
Organizações que demonstram compromisso com a segurança da informação podem aumentar a confiança entre seus clientes e seus parceiros, já que a credibilidade e a reputação positiva são levadas adiante, juntamente com as boas práticas de segurança, que podem se estender a esses terceiros.
7. Capacidade de resposta ágil a novas ameaças
Um firewall humano bem treinado pode, também, melhorar a capacidade da empresa de responder rapidamente a novas ameaças.
Funcionários atualizados sobre as últimas tendências em cibersegurança podem adaptar suas práticas e fornecer informações importantes para a equipe de Tecnologia da Informação (TI), o que garante mais eficiência e agilidade caso haja uma nova forma de ataque à organização.
Parecem boas essas vantagens, né? E a boa notícia é que implementar esse recurso não é tão difícil assim!
Como implementar o firewall humano em empresas?
Neste cenário de evolução rápida das técnicas de ataque, é importante que os funcionários tenham, além da capacidade de notar e-mails e links suspeitos, a oportunidade de se atualizar sobre as últimas tendências de ameaças. Em um contexto corporativo, isso implica na necessidade de investimento por parte da empresa em treinamentos regulares e atualizações sobre práticas de segurança.
Nesses “eventos”, os colaboradores devem ter acesso às estratégias mais recentes usadas pelos cibercriminosos para que saibam se proteger, além de aprender a usar camadas extras de proteção a acessos, como é o caso da autenticação de dois fatores (2FA), senhas fortes etc.
Outro aspecto crucial consiste na promoção de uma comunicação empresarial aberta sobre as questões de segurança. Quando os funcionários se sentem à vontade para relatar possíveis vulnerabilidades ou incidentes sem medo de sofrer represálias, a organização consegue orquestrar uma resposta rápida para impedir a invasão e/ou o vazamento de dados.
Esse fluxo todo é importante porque contribui para uma abordagem proativa à segurança, na qual possíveis problemas e ataques são identificados e resolvidos antes que possam causar danos significativos à instituição.
E quais são as características de um firewall humano?
Para que seja considerado eficaz, o firewall humano deve ter algumas características, como consciência de segurança e atenção aos detalhes. Nesse caso, enquanto os sistemas tecnológicos fornecem a estrutura necessária para proteger dados e redes, o comportamento e a vigilância dos colaboradores serão a primeira linha de defesa contra as ameaças cibernéticas.
Dê uma olhada nas características necessárias para entender melhor!
- Consciência de segurança: os colaboradores devem compreender a importância da proteção de dados e dos sistemas da empresa.
- Atenção aos detalhes: a capacidade de identificar sinais sutis de ameaças é muito importante. Funcionários atentos podem perceber pequenas irregularidades que podem indicar tentativas de fraude ou ataques.
- Capacidade de comunicação: ser capaz de comunicar qualquer preocupação ou incidente de segurança é essencial e, por isso, os colaboradores devem se sentir confortáveis e encorajados a relatar problemas ou suspeitas.
- Adaptação e flexibilidade: em um ambiente cibernético que está em constante evolução, a capacidade de se adaptar às novas ameaças e ajustar o comportamento é fundamental.
- Responsabilidade pessoal: cada um deve assumir a responsabilidade pela própria segurança e pela proteção das informações coletadas e armazenadas pela empresa, o que demanda, por exemplo, seguir protocolos de segurança pré-estabelecidos pela organização.
Em resumo, o papel de um firewall humano é criar uma nova barreira de segurança e manter uma vigilância constante adaptada às novas ameaças cibernéticas, que surgem a todo momento em todos os cantos do globo.
Se você ainda não conta com essa camada a mais de proteção na sua organização, não se preocupe, pois o próximo e último tópico ensina como dar os primeiros passos.
5 passos para um treinamento de firewall humano eficaz
Para garantir que um firewall humano seja eficaz, a empresa precisa investir em treinamentos bem estruturados e contínuos para os colaboradores. Essas capacitações, por sua vez, devem envolver a avaliação das necessidades de cada organização e a possibilidade de feedbacks.
1. Avaliação das necessidades e dos riscos da empresa
O primeiro passo para desenvolver um treinamento eficaz é fazer uma avaliação detalhada das necessidades e dos riscos da organização, já que esses são aspectos que variam de acordo com uma série de fatores, como segmento de atuação, tamanho da empresa e outros.
Identificar as áreas mais vulneráveis e as ameaças mais prováveis permite que o treinamento seja personalizado para abordar questões mais relevantes para a organização em vez de “perder tempo” com informações que não serão utilizadas com frequência.
2. Criação do material de treinamento ou contratação de um especialista
Com base na avaliação inicial, terá chegado o momento de criar o conteúdo que será exposto no treinamento ou de contratar um especialista em cibersegurança para ministrar os treinamentos.
Caso queira fazer algo interno, saiba que, no geral, os materiais devem incluir informações sobre as ameaças mais recentes, as melhores práticas de segurança e detalhes sobre os procedimentos específicos da instituição.
Utilizar exemplos práticos e cenários do dia a dia também pode ajudar os funcionários a entender como aplicar o conhecimento adquirido em situações reais, o que torna o treinamento mais eficiente.
3. Implementação de sessões interativas
Sessões interativas, como workshops e simulações, também são importantes para tornar o treinamento mais eficaz entre os colaboradores, visto que permitem que os funcionários pratiquem o que aprenderam em um ambiente controlado e recebam feedbacks construtivos e imediatos.
Essas atividades, além de reforçarem o aprendizado, aumentam a confiança do time, que se sente mais apto a identificar e a reagir às ameaças cibernéticas.
4. Avaliação e feedbacks contínuos
Depois de promover o treinamento, não deixe de fazer avaliações periódicas para medir a eficácia do programa e para identificar as áreas que ainda precisam ser melhoradas.
Coletar feedbacks dos participantes também ajuda a ajustar o treinamento de acordo com as necessidades específicas dos colaboradores e com os desafios que eles encontram em suas rotinas profissionais.
5. Reforço e atualizações regulares
O último passo, por fim, é garantir que o treinamento seja um processo contínuo, com atualizações e reforços periódicos.
Como as ameaças cibernéticas estão sempre mudando e evoluindo, os colaboradores também precisam estar constantemente atualizados sobre as novas práticas e estratégias de segurança.
Agora que você já sabe o que é um firewall humano e como implementá-lo em sua empresa, o que acha de saber mais sobre segurança cibernética? Continue a navegar pelo blog para os profissionais de RH da Coalize para conferir outros artigos sobre o tema!
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