Em espaços compostos por pessoas é, relativamente, normal que aconteça algum desentendimento ou, até mesmo, que alguém se sinta ofendido, em determinadas situações.
No entanto, não é admissível que um funcionário seja discriminado. Assédio moral e discriminação no ambiente de trabalho são crimes e, além disso, são altamente tóxicos para a produtividade e qualidade do serviço da organização.
Por isso, é fundamental que as empresas não permitam esse tipo de comportamento no trabalho. O problema pode parecer vago ou pouco recorrente, mas a verdade é que ocorre, frequentemente, em muitas empresas brasileiras.
A discriminação da mulher, do negro ou da população LGBT, no mercado de trabalho é muito mais comum do que deveria ser, e por esse motivo, é preciso falar sobre o assunto e estar sempre atento.
Desse modo, é imprescindível estimular uma cultura e uma política voltadas ao respeito à diversidade, além de ter superiores preparados para saber como agir, caso esse problema ocorra.
Como identificar um caso de discriminação ou de assédio
Qualquer caso de preconceito, independentemente dos motivos, será considerado discriminação ou assédio moral e isso não pode ser tolerado.
Casos como:
- Condutas abusivas que atinjam a integridade, seja física ou psicológica;
- Salário mais baixo do que outros profissionais da empresa, na mesma situação de cargos e responsabilidades;
- Distinção de tratamento ou oportunidades para mulheres, LGBTs e outros;
- “Piadas”, “brincadeiras” ou qualquer fala que oprima e desonre a imagem do sujeito;
- Desrespeito relacionado à classe social, religião, nacionalidade, escolaridade, dentre outros;
- Qualquer ato que viole o direito à liberdade, igualdade e a segurança do indivíduo.
Como lidar com o problema
1. Não exponha a identidade dos envolvidos
Esse é um assunto delicado e precisa ser tratado com cautela. Por esse motivo, tente ser o mais sigiloso possível e nunca exponha os colaboradores: nem a vítima nem, muito menos, o agressor.
2. Escute todo tipo de denúncia
Toda denúncia deve ser encarada como algo sério. Não se deixe levar por justificativas como “foi apenas uma brincadeira” e corte logo o mal pela raiz.
Se o funcionário se sentiu ofendido, é melhor que ocorrido não se repita.
3. Analise a situação
Sempre analise a situação, ouvindo os envolvidos e as testemunhas, se tiver.
Mesmo quando o caso parecer simples ou já resolvido, entre os colaboradores mesmo. Isso fará com que você tenha controle da situação e saiba o que fazer se a situação voltar a se repetir.
4. Confira a lei
Antes de tomar qualquer decisão consulte a lei ou busque um advogado. Em relação à discriminação e ao assédio moral no trabalho, a Constituição Federal é clara: nenhum tipo de preconceito ou maus tratos é permitido.
No entanto, é preciso estar sempre atualizado para estar seguro dos atos e decisões que precisarão ser tomadas.
5. Aplique uma punição ao agressor
Não hesite em punir o agressor, para que a situação não se repita - mas busque os limites e respaldo para a punição, na lei.
Em alguns casos, o agressor pode receber uma advertência verbal, suspensão ou até mesmo ser demitido por justa causa, caso o problema seja recorrente.
Vale lembrar que a vítima deve ser orientada do seu direito a denunciar o caso à polícia, pois alguns funcionários sentem medo de comunicar o ocorrido e perder seu emprego ou sofrer mais abusos ainda.
Como aplicar uma política de igualdade e de respeito
A melhor forma de lidar com problemas desse gênero é a prevenção, para que casos de discriminação no trabalho nem ocorram. Por isso, separamos dicas para você aplicar na sua empresa e manter seu ambiente respeitoso e agradável.
Tenha bons exemplos
O comportamento dos seus colaboradores é, também, influenciado pela forma que seus líderes agem.
Por isso, estimule que a gestão de recursos humanos treine e desenvolva os demais gestores a serem sempre educados e respeitosos, principalmente, com as pessoas que, estatisticamente, sofrem mais discriminação: mulheres, negros, LGBTs e etc.
Contrate as pessoas certas
Não contrate pessoas preconceituosas, racistas e intolerantes. Tenha perguntas preparadas para a entrevista, justamente, para identificar esse tipo de perfil e garantir que ele não fará parte do seu grupo de colaboradores.
Faça campanhas de diversidade
Assuntos como esse, de tanta complexidade, devem ser sempre discutidos, afinal, informação é fundamental.
Pensando assim, proponha rodas de conversa e utilize os meios de comunicação, para falar da importância do respeito às diferenças. Às vezes, alguma dinâmica em grupo também poderá estimular a aceitação à diversidade.
Pesquise entre os colaboradores
Nem sempre é tão fácil identificar casos de preconceito ou discriminação no ambiente de trabalho, pois eles costumam ser silenciosos. Nesses casos, uma pesquisa de clima organizacional pode ajudar.
Saber se os funcionários se sentem motivados e satisfeitos no trabalho, se estão à vontade para expor suas ideias e têm empatia e amizade pelos colegas, é um bom indício de que não há casos de discriminação na sua empresa.
Fique atento!
Não deixe que o preconceito e a intolerância faça mal aos seus funcionários e à sua empresa: aplique as providências preventivas agora mesmo.
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