A ergonomia no trabalho é uma ciência que estuda e desenvolve normas e orientações para proporcionar aos profissionais um ambiente seguro e saudável. Ela deve ser aplicada dentro das empresas e ser compatível com as necessidades físicas, emocionais e mentais de todos os trabalhadores.
Essa ciência e suas normas têm como objetivo reduzir a exposição dos colaboradores a diferentes riscos, dentre eles, doenças ocupacionais e psicossociais como a lesão por esforço repetitivo, a ansiedade e a depressão.
Mas, de antemão, vale dizer: os benefícios da ergonomia não são exclusivos para trabalhadores, já que uma empresa que investe na eliminação de qualquer insalubridade em seu espaço físico também tem mais chances de reter profissionais talentosos e aumentar sua capacidade produtiva.
Leia tudo o que você precisa saber sobre o assunto no artigo a seguir!
O que significa ergonomia no trabalho?
A palavra ergonomia é o resultado da união de dois termos do vocabulário grego: “ergon”, que significa “trabalho” e “nomos”, que pode ser traduzida como “normas”.
Ergonomia no trabalho é uma ciência que estuda, desenvolve e monitora normas capazes de reduzir a exposição dos colaboradores de uma empresa a riscos laborais e, portanto, a riscos existentes durante o tempo em que estão trabalhando em seu espaço físico de trabalho.
Essa ciência e cada uma das normas visam oferecer aos funcionários um ambiente condizente com suas necessidades físicas, emocionais e mentais.
Qual é o principal objetivo da ergonomia?
A ergonomia regulamenta tudo o que diz respeito à segurança do trabalho e também à saúde e ao bem-estar das pessoas dentro de uma organização.
Desde a postura ideal para quem passa horas sentado até a forma como acontece a condução da relação entre empresa e colaboradores, justamente para o ambiente de trabalho interferir de modo positivo em suas vidas.
Ela, enfim, visa atender às necessidades de cada colaborador, coletiva e individualmente, nos âmbitos:
- físico;
- emocional; e
- mental.
Em paralelo, a ergonomia ajuda a empresa que adota ações a seu favor a ter profissionais mais felizes e rentáveis. O que pode ser comprovado, inclusive, através da medição de indicadores de produtividade.
Para que serve a ergonomia no ambiente de trabalho?
Ela serve para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos funcionários.
É através do estudo dos diversos tipos de ergonomia que uma empresa incorpora, no cotidiano dos colaboradores e dentro de seu espaço físico de trabalho, medidas a favor da preservação da integridade física e da diminuição ou até eliminação da fadiga mental e psicológica dos colaboradores.
Cabe dizer que cada empresa tem suas próprias regras ergonômicas.
As regras ergonômicas são as mesmas para todas as empresas?
Não. O conjunto de regras pertencentes à ergonomia do trabalho difere de uma organização para a outra.
Essas normas não são padronizadas para todas as empresas do país, mas personalizadas de acordo com o perfil dos colaboradores e as condições de trabalho a que estão submetidos.
De qualquer forma, existe uma Norma Regulamentadora responsável por exigir das empresas a preocupação com esse quesito: a chamada “Lei da Ergonomia”. Entenda adiante.
O que é a Lei da Ergonomia?
A chamada “Lei da Ergonomia no Trabalho” é, na verdade, uma Norma Regulamentadora - a NR 17 - criada e atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que obriga as empresas a estudarem e implementarem orientações relacionadas à ergonomia no trabalho.
A NR 17 deixa claro o quanto a ergonomia preza pela saúde e segurança no trabalho e fala sobre o fato de as condições laborais afetarem diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores.
Além disso, ela prevê que cada organização faça uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) para levantar pontos de melhoria e se adequar ao exigido por lei. A AET será necessária quando:
- observada a necessidade de uma avaliação mais aprofundada da situação;
- identificadas inadequações ou insuficiência das ações adotadas;
- sugerida pelo acompanhamento de saúde dos trabalhadores; e
- indicada causa relacionada às condições de trabalho na análise de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho nos termos do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
Qualquer empresa que fizer uma Análise Ergonômica do Trabalho deve garantir que seus trabalhadores sejam ouvidos durante todo o processo. Afinal, o documento será base para toda adaptação necessária e para a atuação da companhia em relação ao bem-estar dos empregados.
A NR também apresenta alguns exemplos de preocupação com ergonomia dentro dos espaços organizacionais.
4 exemplos de ergonomia no trabalho
Constam, na Norma Regulamentadora conhecida como “Lei da Ergonomia no Trabalho”, alguns exemplos de adequação. Entre eles:
1. Intervalos para descanso
Pausas, pensadas para propiciar a recuperação psicofisiológica dos trabalhadores e que devem ser computadas como tempo de trabalho efetivo.
2. Alternância de tarefas
A alternância de atividades executadas pelo trabalhador com outras tarefas que também possam ser atribuídas a ele e permitam variar as posturas corporais durante o expediente, os grupos musculares utilizados e/ou o ritmo de atuação.
3. Alterações na execução ou organização das tarefas
Mudanças pontuais ou periódicas na maneira como cada tarefa é executada pelo trabalhador ou então organizada durante o tempo de expediente.
4. Aplicação de medidas técnicas estabelecidas pela AET
Mais uma recomendação da NR 17 e que, dessa vez, tem relação com a avaliação ergonômica. Também é um exemplo de implementação da ergonomia no trabalho, claro, a adequação da empresa às medidas técnicas aplicáveis, recomendadas na avaliação ergonômica preliminar ou na AET.
A Norma Regulamentadora ainda assegura e discorre minuciosamente sobre os seguintes aspectos:
- levantamento, transporte e descarga individual de cargas;
- mobiliário dos postos de trabalho;
- trabalho com máquinas, equipamentos e ferramentas manuais;
- condições de conforto no ambiente de trabalho; e
- trabalho dos operadores de checkout e teleatendimento/telemarketing.
Quer se adequar ao que está instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego? Comece conhecendo os principais tipos de ergonomia.
Quais são os tipos de ergonomia no trabalho?
Os estudos e normas de ergonomia no trabalho são divididos em sete diferentes categorias, cada uma delas abrangendo um conjunto de funções específicas em prol do bem-estar dos funcionários das empresas. Conheça-as.
1. Ergonomia física
Estuda a relação entre a anatomia dos seres humanos e o ambiente de trabalho para garantir a saúde física dos colaboradores.
Esse processo inclui observar a postura dos profissionais, avaliar como reduzir movimentos repetitivos feitos por eles durante o expediente e adequar o espaço da organização de acordo com as necessidades de suas equipes, entre outras coisas.
2. Ergonomia cognitiva
Está relacionada às funções cognitivas dos trabalhadores. Por exemplo:
- raciocínio;
- memória;
- inteligência emocional no trabalho;
- habilidades para tomada de decisão;
- confiabilidade;
- interação com máquinas;
- esgotamento mental; e
- estresse profissional.
Esse tipo de atenção ajuda a empresa a estabelecer uma rotina de treinamentos e de desenvolvimento pessoal para seus colaboradores, instituindo medidas que possam melhorar o cotidiano profissional dos envolvidos.
Além disso, visa a proporcionar um ambiente humanizado de trabalho, reduzir conflitos e quadros de depressão ou desânimo, amenizar qualquer situação de cansaço mental e também controlar ou eliminar a incidência de síndrome de burnout entre os funcionários.
3. Ergonomia organizacional
Esse tipo de ergonomia é caracterizado pela atenção à:
- cultura organizacional;
- clima do ambiente de trabalho;
- visões e valores da empresa e dos colaboradores; e
- políticas internas e externas.
A ergonomia organizacional ajuda a empresa a definir novas ou melhores diretrizes para estimular o trabalho em grupo, melhorar processos comunicativos e incentivar feedbacks construtivos e o envolvimento dos colaboradores em processos e atividades.
4. Ergonomia operacional
Tem como objetivo avaliar o cenário atual da organização e propor mudanças em sua estrutura organizacional, otimizando sistemas e processos, bem como políticas internas para garantir a qualidade de trabalho e evitar a sobrecarga dos colaboradores.
Na ergonomia operacional e em suas definições, o controle da jornada de trabalho é fundamental e decisivo, tudo bem? Principalmente quando pensamos sobre a sanidade mental e o rendimento dos envolvidos.
5. Ergonomia de conscientização
Como o nome já diz, serve para conscientizar colaboradores sobre todos os aspectos que podem ser modificados ou que vêm sendo alterados dentro da empresa a favor de sua saúde física, mental e emocional.
A ergonomia de conscientização é feita para deixar clara, aos próprios funcionários, a importância de cada um deles aderirem às regras trazidas a partir de todo o estudo de seu comportamento, de suas necessidades e das necessidades da empresa também.
6. Ergonomia participativa
Nela, os próprios trabalhadores conscientizam uns aos outros e fiscalizam as práticas ergonômicas já implementadas em suas empresas para saberem se elas estão sendo executadas como o previsto ou não. Também devem cobrar melhorias de seus gestores, se necessário.
Podemos considerar a ergonomia participativa um movimento interno responsável por reafirmar a cultura dos cuidados ergonômicos como um todo.
7. Ergonomia de correção
É a parte fiscalizadora da ciência da ergonomia: desempenha o papel de ajustar e corrigir o que for necessário para o bem-estar dos funcionários e, portanto, qualquer coisa que deixe o cotidiano desconfortável, cause dores durante o tempo de trabalho ou algum tipo de incômodo.
Algumas correções feitas a partir desse último tipo de ergonomia são:
- troca de cadeiras;
- ajuste da luz ambiente;
- aumento do período de descanso;
- redução ou aumento da temperatura do ar-condicionado; e
- favorecimento da circulação de ar, etc.
Tudo para que o ambiente empresarial se torne funcional outra vez!
Qual a importância da ergonomia no trabalho?
Agora ficou mais fácil ainda responder a essa pergunta, não é?
A ergonomia no ambiente de trabalho não apenas serve para que uma empresa se adeque às leis, mas para que se torne um lugar no qual seus colaboradores gostem de estar.
É através da preocupação com esse tema que uma empresa de pequeno, médio ou grande porte garante a saúde física, emocional e mental de seus profissionais, evitando até mesmo acidentes ocupacionais, retendo mais talentos e potencializando números e resultados, sempre priorizando e valorizando o recurso humano.
Por que implantar ações ergonômicas nas empresas? Veja benefícios!
Um ambiente ergonômico potencializa a performance do colaborador e melhora a atmosfera organizacional, proporcionando qualidade de trabalho e resultados mais atraentes para a empresa. Por isso, implementar ações ergonômicas no seu negócio pode ser bastante vantajoso, já que elas:
- previnem doenças ocupacionais e psicossociais - como a lesão por esforço repetitivo, ansiedade e depressão;
- reduzem o estresse;
- colaboram com o bem-estar coletivo;
- favorecem o trabalho em equipe;
- melhoram a qualidade de vida dos colaboradores;
- reduzem o absenteísmo no trabalho - já que colaboradores satisfeitos com sua função e ambiente de trabalho não costumam se ausentar com frequência;
- diminuem a incidência de afastamentos médicos;
- reduzem o cansaço e a demanda excessiva dos colaboradores;
- melhoram a produtividade;
- diminuem o índice de turnover - número de contratações e desligamentos; e
- mantêm a empresa adequada às legislações trabalhistas.
Lembre-se que, para garantir todos os benefícios da ergonomia no trabalho, também será preciso controlar a jornada dos seus funcionários.
Esse controle ajuda mais do que você imagina nos cuidados com a saúde dos colaboradores, principalmente nos aspectos mental e emocional e evita processos que podem resultar em multas caríssimas.
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