A liderança humanizada chega na esteira do pós-pandemia revolucionando a gestão de RH nas empresas, focando no indivíduo – com empatia e solidariedade – e priorizando sua qualidade de vida.
Mais engajamento e produtividade são resultados naturais dessa tendência.
Apostar num modelo de liderança humanizada tem sido a salvação de ambientes empresariais desgastados com alta demanda ou com falta de efetivo ou, mesmo, de empresas que têm gestores que ainda não entenderam seu papel de equilibrar o fator humano com as metas.
Mudar a lógica da gestão, investindo em contratação e na capacitação de lideranças inclusivas e humanizadas, pode ser a saída que seu negócio precisa para voltar a crescer, em conjunto com o desenvolvimento pessoal de cada membro da equipe.
Achou a proposta interessante?
Fique com a gente para compreender os detalhes e os ganhos dessa abordagem que tem cara de novidade mas aposta na boa e velha cooperação para construir um ambiente saudável onde cada pessoa fortalece o coletivo.
O que é liderança inclusiva e humanizada?
Liderar de modo inclusivo e humanizado significa nortear suas estratégias de gestão de equipes no ser-humano acima de tudo e influenciar seus liderados com solidariedade e empatia, focando antes no bem-estar coletivo e no desenvolvimento individual dos liderados.
A liderança humanizada entende que dar suporte para a evolução pessoal e não apenas profissional do colaborador tem impacto positivo no seu desempenho.
Afinal, parece lógico que um ser humano mais satisfeito com seu desenvolvimento e com mais equilíbrio na sua vida pessoal se sentirá mais disposto a apresentar uma melhor performance no trabalho.
Não é uma tarefa fácil aderir à tendência e viver sob essa perspectiva, mas ela pode ser moldada a toda e qualquer organização.
Antes de mais nada, se você quiser entrar na onda, sua empresa precisa contar com pessoas nos quadros de liderança que tenham soft skills como pensamento crítico, boa comunicação, criatividade e engajamento com o time muito bem desenvolvidos.
O líder com essa visão e habilidades terá papel central na garantia do sucesso da gestão humanizada – um outro conceito, sobre o qual falaremos a seguir.
O que é gestão humanizada?
Se a liderança humanizada foca no indivíduo e trabalha com empatia e solidariedade, a gestão humanizada trata de garantir boas condições para os colaboradores no dia a dia, sempre a partir dos insights gerados pelo líder, que é quem tem contato direto com esses funcionários.
A preocupação e o cuidado dessa forma de gestão não se resumem ao ambiente de trabalho, mas se estendem também a outros aspectos da vida do trabalhador fora da empresa e que não deixam de ser profissionais. Veja só!
Suponha que uma funcionária retorne da licença-maternidade e deseje manter o aleitamento materno da sua criança, já que os benefícios para a saúde do bebê são incontáveis.
Depois de conversar com seu líder sobre essa necessidade, ele leva a questão ao setor competente que, guiado pela gestão humanizada, trata de implementar uma política de incentivo à amamentação, que pode ser desenvolvida de várias formas.
São alternativas:
- flexibilização dos horários da lactante, com a possibilidade de trabalhar em jornada parcial ou mesmo em home office;
- disponibilidade de um espaço adequado para a amamentação no local de trabalho, quando necessário; e/ou
- instalação de creche nas próprias dependências da empresa ou nas proximidades, se viável.
Uma ação dessa magnitude dificilmente ocorreria numa instituição que não preza adequadamente pelo seu recurso mais essencial: o capital humano. Desse exemplo bem didático já podemos extrair uma compreensão básica da utilidade da gestão humanizada!
Para que serve a gestão humanizada?
Quando o gestor entende que cuidar do capital humano é estratégico para preservar sua equipe e ajustar e modernizar a estrutura da organização, ele terá a certeza de contar com uma equipe motivada e engajada.
Seguindo com o nosso exemplo, você consegue imaginar quantas profissionais extremamente capacitadas foram perdidas por corporações que não souberam se adaptar à realidades que fogem do padrão esperado em ambientes corporativos?
Não estamos nem reduzindo a situação a uma eventual demissão.
Até chegar nesse ponto crítico, veremos uma trabalhadora desgastada por uma rotina de trabalho que se torna difícil de acompanhar porque suas demandas pessoais não foram acolhidas pela empresa.
A capacidade de oferecer esse nível de acolhimento não vem por acaso, mas é fruto dos quatro pilares que norteiam a gestão humanizada, os mesmos que garantem a eficiência dos ganhos profissionais e humanos desse modelo de gestão. Preocupe-se em conhecê-los.
Quais os pilares da gestão humanizada?
Os pilares fundamentais da liderança e gestão humanizada são quatro: observação, comunicação, integração e adaptação.
Vamos analisar cada um mais de perto para depois compreender como eles se unem em prol de garantir que haja o acolhimento e o suporte para a evolução pessoal de todos os liderados, como já mencionado anteriormente.
1. Observação
Liderar com humanidade é um processo oposto às formas tradicionais e engessadas de comandar, já que envolve constantes ajustes para alcançar a meta principal: dar condições para o colaborador ter boa performance sem sacrificar os aspectos pessoais da sua vida.
Toda tomada de decisão dentro de uma gestão humanizada parte de um processo de observação atenta, metódica e delicada do líder, que vai dar o tom das necessidades individuais e coletivas da equipe.
Apesar de metódica, essa observação não deve ser fria, partindo de um ponto de vista neutro do líder. O capitão ou a capitã, na verdade, precisam ter proximidade com seu time e estar genuinamente interessados em conhecer cada pessoa da organização.
Por isso, as soft skills ou habilidades sociais são tão caras a um líder humanizado – especialmente aquelas que afetam sua habilidade de comunicação.
2. Comunicação
Quando falamos de comunicação na gestão humanizada, é preciso ter em mente que ela deve se dar de forma horizontal. Claro que não se deve abrir mão de canais de comunicação sigilosos para combater abusos, como o assédio sexual no local de trabalho.
Mas no que diz respeito a garantir um ambiente genuinamente humanizado, a comunicação estabelecida precisa ser aberta e sincera e a liderança deve exercitar suas habilidades de escuta ativa e empatia para conduzir o diálogo e captar as reais necessidades do liderado.
Além disso, se espera de quem lidera de forma humanizada um alto nível de comprometimento ético sobre tudo o que é debatido com cada funcionário, o que também tem a ver com evitar expor qualquer situação delicada para terceiros, correndo o risco de perder a confiança da equipe e pôr todo o esforço por água abaixo.
3. Integração
Não é nenhuma novidade que os times mais bem integrados e unidos conseguem ir mais longe na busca pelos objetivos comuns.
Incentivar a comunicação através de uma cultura de feedbacks e da troca de percepções e experiências individuais dos funcionários é um caminho seguro para impulsionar essa integração. Aliás, dá para dizer que a integração é consequência direta da comunicação efetiva.
O gestor deve dar abertura para que os líderes promovam essa troca num ambiente informal e no horário regular de trabalho, ajustando as demandas do dia para o exercício não se transformar em sobrecarga e acabar minando os frutos da iniciativa.
4. Adaptação
Enfim, a adaptação é a parte prática do processo de humanização da gestão. É onde se vê a mudança apontada por todo o aprendizado do líder – aplicado aos liderados – no exercício diário de observação e nas trocas com uma equipe bem integrada e que tem liberdade para se comunicar.
Se o processo de identificar as demandas for complexo, o trabalho de fazer os ajustes que realmente atendam essas necessidades será ainda maior, mas tudo bem. Adaptar-se quer dizer justamente isso.
A gestão humanizada só é alcançada se a empresa estiver disposta a adaptar seus processos e a investir nos recursos que melhorem a rotina dos trabalhadores significativamente.
A motivação e o engajamento do funcionário crescem na medida em que ele percebe que seu empregador soma forças com os líderes e as equipes para garantir o bem-estar e a segurança que o tira do “modo de sobrevivência” e o deixa aproveitar melhor seu potencial.
Nos diga: você sente que seus colaboradores ou companheiros de equipe poderiam ser mais eficientes num modelo de gestão que humaniza seus processos, mas não sabe exatamente o que fazer? Se sim, não vá embora ainda.
Como fazer uma gestão humanizada de pessoas?
Se sua empresa topa essa nova experiência de gestão já é meio caminho andado. O próximo passo será encontrar a figura central desse processo: o líder, ou quantas lideranças forem necessárias – pois liderar com sobrecarga definitivamente não funciona.
Com as pessoas certas a postos, a organização deve transformar sua estrutura para que os quatro pilares da gestão (observação, comunicação, integração e adaptação) sejam aplicados dentro dos limites praticáveis.
Veja o que pode ser feito:
- se novas contratações não forem acessíveis, invista na formação de liderança entre seus colaboradores, com o bônus de já serem familiarizados com os times;
- com os líderes posicionados, proporcione espaços adequados e pausas na rotina administrativa para que as conversas e trocas aconteçam;
- na falta de espaço físico, faça reuniões virtuais em plataformas como o Google Teams, em grupo ou individualmente; e
- depois de criar esse ecossistema, é preciso pôr a mão na massa e adaptar o que for apontado como problema, que pode envolver mudanças físicas no local de trabalho, reestruturação de cargos, ajustes na remuneração e até na jornada de trabalho.
Vale um lembrete: algumas estratégias são acessíveis a qualquer modelo de negócio, outras práticas demandam ajustes finos ou um caminho alternativo.
Independentemente das necessidades individuais de cada organização, todas terão características em comum.
Principais características de empresas humanizadas
Quer ter uma noção mais clara de como se parece uma empresa humanizada de perto?
Montamos uma lista com características bem significativas de um ambiente que pratica a gestão humanizada de verdade:
- não o lucro, mas as pessoas como protagonistas nos valores e propósitos da empresa;
- alinhamento entre os interesses dos funcionários, dos gestores e dos investidores;
- diferença salarial entre a base e o topo da organização menor do que a média do nicho da empresa;
- remuneração e benefícios dos colaboradores maiores que a média de cada setor;
- investimento constante na qualificação dos profissionais;
rotatividade de funcionários baixa, o que significa menor custo com processos de RH; e - times mais engajados que se adaptam melhor a novos cenários e resistem às pressões do mercado.
A organização que reunir características como essas tem tudo para alcançar ótimos resultados, surfando na onda dos benefícios de uma gestão humanizada enquanto garante o bem-estar do seu efetivo.
Quais os principais benefícios de uma gestão humanizada?
Logo de cara podemos apontar que o principal e mais relevante benefício é a melhora significativa na qualidade de vida do trabalhador, que reflete no empenho, na dedicação e na identificação dele com a empresa. Em seguida, vem o lucro a médio e longo prazo.
Uma série de levantamentos publicados no livro “Empresas Humanizadas”, dos autores Raj Sisodia, David B. Wolfe e Jag Sheth, apontam que essas organizações se mostram mais lucrativas ao longo do tempo.
Em comparação com outras companhias – inclusive algumas que estão entre as 500 melhores para se investir – empresas humanizadas internacionais crescem mais de 1.100% em 15 anos, mais de 500% em 10 anos, cerca de 154% em 5 anos e 47% em três anos.
Os dados são bem convincentes, demonstrando que quem prioriza uma gestão mais humana em vez do lucro, acaba alcançando as duas coisas e, como bônus, se livra das complicações cada vez mais comuns em casos da ausência desse padrão de liderança.
3 consequências da falta da liderança humanizada
Alta rotatividade do efetivo, adoção de posturas negativas como absenteísmo e quiet quitting e funcionários com a saúde física e mental degradada por consequência do trabalho são consequências da falta de liderança humanizada.
Essas complicações se acumulam em modelos ultrapassados de gestão que têm falhado em se moldar às novas realidades do mercado e fazem as empresas deixarem, até mesmo, de atingir metas e lucrar, já que as consequências também refletem no caixa.
1. Alta rotatividade do efetivo
Todo o processo de demissão e contratação de funcionários tem custos para a empresa. Uma corporação que não preza o suficiente pelo seu capital humano acaba perdendo efetivo, se vendo obrigada a repor essas peças, sobrecarregando os custos.
A situação se agrava quando a empresa é incapaz de reter talentos, já que profissionais com uma qualificação acima da média são muito requisitados e obviamente não vão permanecer num ambiente que não favorece seu crescimento nem o recompensa à altura.
Quanto aos trabalhadores que ficam, muitos podem passar a adotar certos comportamentos que são verdadeiros desafios para o RH da organização.
2. Posturas negativas no ambiente de trabalho
Como forma de protesto, mas também como uma estratégia de sobrevivência em ambientes de muita demanda e pouco retorno e reconhecimento, não é incomum perceber uma alta incidência de uma postura conhecida como “quiet quitting”.
Resumidamente, o colaborador começa a demonstrar cada vez menos interesse pelo seu trabalho e pela convivência com os colegas, fazendo o mínimo de suas obrigações, completamente desconectado do espírito e dos objetivos da empresa.
Outra prática comum em organizações que não humanizam o funcionário é o absenteísmo no trabalho, prática que tem a ver com faltas não justificadas e com impontualidade, seja com a jornada ou com a atenção aos prazos.
O gestor precisa entender que, ainda que existam pessoas que agem assim por má fé e falta de profissionalismo, muitas outras acabam seguindo por esse caminho por não se sentirem parte da organização, justamente por não serem tratadas como tal.
Essa falta de entendimento, por parte do empregador e, principalmente, da liderança direta – de sua responsabilidade com o ser humano na relação de trabalho – pode até desencadear doenças graves. Acredite.
3. Danos graves à saúde dos colaboradores
A consequência mais danosa para uma empresa que não humaniza suas relações de trabalho é ter um quadro de funcionários doente. Para ficar só no aspecto prático, imagine arcar com a falta de efetivo e com o excesso de demanda que sobra para os demais.
Outro ponto sensível é que uma companhia que tem fama de adoecer seus colaboradores dificilmente vai atrair o interesse de profissionais mais capacitados para compor suas equipes.
Ir na contramão desses problemas requer pulso firme, não para cobrança pelo aumento da produtividade do funcionário – que é necessária, desde que bem dosada – mas para implementar um modelo de administração que se aproxime da gestão humanizada.
Nós reforçamos: adotar esta nova forma de pensar a gestão de pessoas começa com a escolha de líderes verdadeiramente humanizados para comandar essa revolução no ambiente da sua empresa.
Como humanizar as lideranças nas organizações?
Humanizar as lideranças passa por mudar profundamente as estruturas, os valores e objetivos da empresa, tornando o colaborador a maior prioridade da organização. Paralelamente, o RH precisa trabalhar na formação e qualificação continuada da equipe.
Contratar um profissional com uma bagagem de competências comportamentais (as soft skills) acumuladas ao longo da vida e que saiba olhar com atenção e cuidado para o elemento humano é essencial.
E essas skills também podem ser desenvolvidas, sem problema algum.
O gestor deve identificar um candidato com as características quando for contratar líderes, ou, então, procurar nas suas equipes quem tenha um perfil apropriado para receber treinamento adequado e tornar-se o líder que o time precisa.
Entre principais habilidades necessárias, podemos apontar:
- capacidade de tomar decisões efetivas rapidamente;
- saber usar dados para basear suas decisões;
- se comunicar com clareza;
- ser flexível, exercendo constantemente a empatia;
- ter boa capacidade de negociação através do diálogo;
- saber criar e valorizar conexões e bons relacionamentos;
- fazer mentoria de seus liderados, agindo como um líder coach; e
- possuir bons níveis de inteligência emocional.
Facilitar a troca de informações através de uma cultura de feedbacks constante é outra estratégia conjunta da humanização das lideranças.
Para ganhar a confiança da equipe e ser seu mentor e suporte, os colaboradores precisam enxergar o líder como essa figura empática, solidária e que sabe não apenas ouvir, mas servir de conexão com os setores que têm a capacidade de operar o pilar da adaptação.
Não é um processo simples, mas necessário e, com as chaves e a motivação certas, seu negócio assume a frente de uma transformação que já está em curso em vários modelos de negócio, cuidando das pessoas e elevando o nível de profissionalismo da sua equipe.
O que você acha? Bora participar dessa corrente de mudança tão eficiente para melhorar o clima organizacional da sua empresa e impactar positivamente as condições de trabalho de cada membro que participa desse processo?
Os resultados vão surpreender a todos e sua marca pode virar referência de boas práticas, que promovem humanidade e garantem os resultados almejados!
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