A remuneração estratégica é uma forma de recompensar financeiramente ou com benefícios o colaborador que vai além do esperado nos seus resultados. Para aplicá-la em uma empresa, os gestores precisam estudar qual é o modelo que melhor se encaixa à realidade do negócio e definir metas e objetivos para cada funcionário.
Pense no recurso como uma competição saudável para a sua empresa e também para sua equipe e, nessa corrida, a regra é básica: quem se esforça e entrega mais, vai ganhar mais! Um ótimo incentivo à produtividade.
Neste artigo, você descobrirá como a estratégia pode fazer milagres no dia a dia do seu empreendimento e melhorar os índices de satisfação dos colaboradores. Continue a leitura.
Qual a diferença entre a remuneração tradicional e a remuneração estratégica?
Basicamente, a principal diferença entre o salário tradicional e a remuneração estratégica está no fato de que, enquanto o pagamento convencional cai todos os meses na conta do trabalhador, o adicional estratégico só será recebido quando ele bater alguma meta ou receber reconhecimento por algum projeto.
Em resumo, para que o funcionário ganhe mais ou receba alguma forma de gratificação, ele precisa sair do “feijão com arroz”. Aí, ele recebe seus honorários mais o bônus por todo seu esforço e dedicação!
Como funciona a remuneração estratégica?
Tome como exemplo um mestre de obras: ele tem um ano para entregar uma residência de 100 metros quadrados e conta com um time para ajudá-lo. Apesar de o trabalho depender do clima, ele oferece bonificação aos pedreiros que se dedicam para entregar a obra antes do prazo estipulado para o cliente.
Com a possibilidade do incentivo financeiro extra, os trabalhadores tendem a se esforçar mais para não perder dias de trabalho, levantar as paredes, rebocar tudo e deixar a estrutura habitável o mais rápido possível.
Como resultado, o cliente fica satisfeito com a agilidade da obra, o mestre de obras melhora a sua reputação no mercado e os trabalhadores ficam mais felizes por terem ganhado um bônus além do salário.
E a boa notícia é que esse sistema de recompensa é adaptável para a maioria dos negócios. Quer ver?
Como implementar um programa de remuneração estratégica na prática?
Analise os objetivos da empresa, escolha os setores ou alguns colaboradores que poderão participar de um teste inicial, analise as demandas de cada um e defina metas claras a serem conquistadas.
Siga os passos a seguir quanto ao que observar para que a estratégia funcione no seu empreendimento.
- Identifique os objetivos e metas da empresa e da equipe. Isso pode incluir desafios de crescimento, inovação, eficiência operacional, dentre outros aspectos.
- Personalize as gratificações de acordo com a contribuição individual, as habilidades comportamentais (soft skills), experiência (hard skills) e desempenho de cada um.
- Incentive o desenvolvimento contínuo de habilidades e competências que são indispensáveis para atender aos objetivos do negócio, incluindo treinamentos e oportunidades de desenvolvimento de carreira.
- Comunique, de forma transparente e clara, que a relação entre desempenho e bonificação é mútua, explicitando o que cada funcionário precisa fazer para estar elegível ao “prêmio”.
Lembre-se, ainda, de que um ambiente saudável e seguro ajuda os colaboradores a terem mais ânimo para bater as metas e que dinheiro não é tudo. Se não houver condições adequadas para o trabalho, ninguém vai se motivar!
Anotadas essas dicas, você já tem uma base para começar a elaborar um plano para dar vida ao seu projeto de melhorar o desempenho de seus colaboradores e do seu negócio. Confira, no próximo tópico, quais as técnicas mais usadas no mercado.
8 modelos de remuneração estratégica e suas vantagens que têm eficácia comprovada
As formas de remuneração estratégica que mais funcionam envolvem, em geral, bonificação em dinheiro, participação nos lucros da empresa, prêmios ou outras formas de reconhecimento.
Veja quais são as formas de remuneração estratégica mais usadas!
1. Participação nos Lucros e Resultados (PLR)
A PLR é uma das alternativas mais aplicadas em grandes empresas e consiste em “dividir” os resultados financeiros de um determinado período com seus colaboradores, porém, há controvérsias sobre a sua efetividade no desempenho e ânimo coletivo.
Isso porque, geralmente, a PLR é feita entre todos os empregados de uma empresa, ou seja, todo mundo costuma ganhar, independentemente do resultado individual. Nesses casos, quem se dedicou mais recebe a mesma coisa do que aquele que não saiu do lugar e fez pouco para inovar! A participação nos lucros engloba entusiastas e estagnados.
2. Gamificação
Na gamificação, o desempenho individual é comparado a um jogo de videogame, no qual o profissional que “vence” é aquele que realiza melhor ou antes do prazo final, por exemplo, alguma função ou atividade.
Essa pode ser uma forma de engajar a turma da sua empresa e criar um ambiente divertido, não à toa costuma cair bem para os colaboradores mais jovens, como os Millenials e aqueles da geração Z.
Os prêmios ao final de cada “fase” – que você também deve especificar – costumam ser troféus, medalhas, brindes, cursos ou até mesmo viagens.
3. Bônus
Esta é uma forma de remuneração estratégica muito usada por bancos, corretoras de imóveis ou qualquer outro segmento que esteja ligado às vendas, e há duas versões de pagamento da bonificação:
- comissão: se o estabelecimento faturou um valor estipulado como meta, por exemplo, R$ 50 mil no mês, o colaborador receberá uma comissão com base em uma porcentagem dele; e
- metas: o trabalhador precisará atingir um número X de vendas, negócios fechados ou outro tipo de métrica usada na sua companhia para garantir um valor, geralmente pré-estabelecido, como bonificação.
Ambas as alternativas são atrativas para o colaborador e para a empresa, levando em consideração que, quanto maiores os resultados, mais dinheiro na conta de cada um.
4. Gratificação
Motive seu time presenteando-o com valores simbólicos por motivos especiais, seja por tempo de serviço para aqueles que baterem a marca de 5, 10 ou 15 anos na sua empresa ou por aniversário, feedback positivo de clientes ou como prêmio por ter sido eleito o colaborador do mês.
Nem sempre, porém, as recompensas para os funcionários precisam acontecer em dinheiro. Elas podem ser presentes, um dia de folga, diárias em pousadas, viagens, palestras, ingressos para shows, parques, outros entretenimentos ou desconto em produtos.
5. Benefícios não monetários
O colaborador pode receber benefícios em troca do bom desempenho também, a exemplo de um auxílio específico, como uma ajuda no custeio de creche ou aquela vaga dos sonhos no estacionamento.
Uma outra maneira de incentivar a estrela do time é investindo em cursos e aperfeiçoamentos pagos total ou parcialmente pela empresa para que o colaborador tenha mais oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.
6. Avaliação 360º
Defina um valor de bonificação a ser pago ao funcionário que mais se destacou durante uma série de entrevistas e de feedbacks construtivos.
Esse modelo usa a opinião de todos os empregados individualmente para estabelecer também quem está mais alinhado com a cultura da empresa para receber uma bonificação.
Como bônus, a iniciativa ajuda a gestão identificar quem ainda não se encaixou nela, permitindo usar as ações daqueles mais engajados como exemplo para os outros colegas.
7. Stock Options
E se você permitisse às grandes estrelas do seu time fazerem, literalmente, parte da empresa, com incentivos de compra de ações da corporação, caso ela seja de capital aberto? Essa é uma mentalidade que tem crescido com o apoio de gigantes do mercado globalizado, como a Apple.
Estude a possibilidade com quem já aplicou este método e está aproveitando os resultados positivos nessa estratégia, busque insights dentro e fora do seu segmento e ouça a opinião de seus colaboradores sobre a alternativa.
8. Partnership
Pense nesta opção como um nível acima da apresentada anteriormente. Para funcionários valiosos com longo tempo de empresa, dá para oferecer a “promoção” a sócio, não por meio de ações na bolsa, mas cedendo ou dando bons descontos para aquisição de partes da própria empresa.
Uma recompensa como essa certamente vai gerar a sensação de pertencimento e aumentar o engajamento do agora sócio, que passa a entender ainda mais a necessidade dos resultados e como o crescimento do negócio é importante para o futuro e expansão de novos projetos.
Ao adotar a remuneração estratégica, o fator humano começará a ser exaltado no seu negócio, com a sensação de apoio e de conquista por parte dos colaboradores, mas essas são apenas algumas das vantagens desse método.
A importância da remuneração estratégica nas empresas se dá pelo fato de que essa iniciativa ajuda na retenção de talentos nos seus ambientes e também colabora para:
- aumentar o interesse do colaborador na empresa e na produtividade;
- alinhar as vontades do funcionário com os objetivos do empreendimento;
- diminuir os custos com a saída de funcionários e o treinamentos de novos;
- incentivar a inovação de ideias e projetos “fora da caixa”;
- promover o sentimento de pertencimento;
- construir ou modificar a mentalidade de funcionários estagnados; e
- realizar metas e objetivos pessoais dos colaboradores por meio dos rendimentos ou premiações extras.
Garantir que o seu modelo de negócio tenha o pagamento de incentivos para os empregados que se destacam é um investimento com retorno imediato, então, aproveite para aplicar a técnica que melhor se encaixa por aí. Sucesso!
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