Short Friday é o nome dado ao movimento recente adotado por algumas empresas que reduziram suas jornadas às sextas-feiras visando unir qualidade de vida para os colaboradores a resultados melhores para as organizações. Isso porque, enquanto o time ganha tempo para recarregar as energias, a instituição ganha equipes com mais foco e produtividade durante a semana.
Essa ideia já está fazendo sucesso lá fora, e tem tudo para funcionar aqui no Brasil também, mas, para dar certo, é preciso planejar bem, definir metas claras e usar ferramentas que ajudem a manter a organização sem perder o ritmo. Assim, todo mundo sai ganhando.
Neste conteúdo, você vai entender o que é a short Friday, como ela pode transformar sua empresa e ainda conferir dicas práticas para implementar essa mudança. Boa leitura!
Como funciona o Short Friday?
A short Friday ou sexta-feira curta, em português, consiste na redução da jornada de trabalho às sextas-feiras. Nesse dia, em vez de cumprir o horário tradicional, os funcionários encerram o expediente mais cedo, geralmente ao meio-dia ou no início da tarde.
Ao contrário do que muita gente pensa, não significa um dia inteiro de folga, e sim uma redução nas horas trabalhadas na data em questão. Essa prática é super adaptável às necessidades de empresas de vários portes e também de cada setor, e não precisa, necessariamente, acontecer toda semana.
A redução da jornada pode acontecer, por exemplo, apenas uma vez ao mês ou a cada 15 dias, facilitando a transição para essa nova rotina.
Para fazer isso sem bagunçar tudo, o segredo está no planejamento e no uso de ferramentas aliadas, como um bom sistema de controle de ponto e banco de horas, que ajuda a monitorar a jornada e manter tudo em ordem.
Por que adotar a short Friday?
Adotar a short Friday pode ser a virada de jogo que sua empresa precisa. Além de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, essa estratégia tem o poder de aumentar a produtividade da equipe.
É o que apontam os resultados da campanha-piloto do projeto 4 Day Week Brazil, feita exclusivamente para testar a semana de 4 dias em empresas brasileiras:
- O estudo mostrou que empresas que reduziram jornadas aumentaram a execução de projetos em 61,5%
- 44,4% dos participantes relataram maior capacidade para cumprir prazos
- E tem mais: colaboradores demonstraram maior engajamento e foco
E, por mais que você não dê um day off inteirinho, pode ter certeza que vai experimentar pelo menos uma parte dessas vantagens todas – e mais a lista que confere abaixo!
Benefícios da short Friday
- Melhoria da qualidade de vida no trabalho: mais tempo livre no final da semana ajuda a reduzir o estresse, evita a síndrome do Burnout e melhora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
- Aumento do engajamento: funcionários mais satisfeitos tendem a ser mais comprometidos com os objetivos da empresa.
- Diferenciação no mercado: empresas que oferecem políticas de jornadas flexíveis tornam-se mais atrativas para talentos qualificados, destacando-se dos concorrentes.
- Maior produtividade: colaboradores descansados produzem com maior foco e entregam resultados de melhor qualidade durante o expediente.
- Fortalecimento da cultura organizacional: políticas inovadoras reforçam a percepção positiva sobre a empresa, e a short Friday certamente é uma delas.
E tem um bônus: de acordo com o mesmo estudo da 4 Day Week Brazil, 62,7% dos participantes relataram redução significativa no estresse, enquanto 72% das empresas tiveram aumento na receita durante o período da pesquisa.
Se esses números não convencem que os impactos da Short Friday nas empresas vão além da melhoria no ambiente corporativo, podendo também refletir em benefícios financeiros significativos, o que mais pode?
Produtividade na short Friday: 4 dicas para otimizar a rotina mais curta
Sim, é possível equilibrar a produtividade na short Friday, e o segredo está no planejamento estratégico. Quando a jornada flexível é bem organizada e acompanhada por metas claras, ela tem tudo para melhorar os resultados da sua equipe.
Mas atenção: sem direcionamento, o risco de cair na armadilha do trabalho improdutivo – onde falta foco e sobra retrabalho – é grande.
A jornada flexível boa de verdade é quando há planejamento, organização e uso de ferramentas que ajudam a cumprir metas dentro do horário reduzido.
Se sua empresa está considerando implementá-la, aqui vão quatro dicas que podem ajudar a manter a produtividade lá no alto:
1. Defina metas semanais
Estabeleça objetivos claros para que a equipe saiba exatamente o que precisa ser entregue antes do encerramento antecipado na sexta-feira. Isso ajuda a direcionar os esforços e evita desperdício de tempo.
Exemplo prático: se o time está finalizando uma campanha de marketing, alinhe as demandas prioritárias para que sejam entregues até quinta-feira – como o layout final ou o roteiro de vídeos. A sexta-feira pela manhã pode ser reservada para checagem de detalhes menores ou planejamento da próxima semana.
2. Use ferramentas de gestão
Invista em sistemas de controle de ponto e plataformas de banco de horas. Esses recursos são fundamentais para organizar as escalas de trabalho com a jornada reduzida e se manter dentro da lei quando o assunto é carga horária.
Além disso, essas ferramentas dão, aos colaboradores, uma visão clara das horas trabalhadas, facilitando seus planejamentos e garantindo que o tempo disponível seja usado da melhor forma possível.
3. Planeje turnos inteligentes
Alguns setores em determinadas empresas exigem cobertura constante, como o de atendimento ao cliente ou o de operações logísticas. Nesses casos, o planejamento de turnos escalonados pode ser a solução para manter o funcionamento sem comprometer a jornada reduzida.
Em um call center, por exemplo, parte da equipe pode iniciar o turno de trabalho mais cedo e sair ao meio-dia, enquanto o restante cobre o período da tarde. Isso evita sobrecarga e garante que o cliente seja atendido sem interrupções.
4. Avalie constantemente a implementação
Será que a short Friday faz sentido para todos os setores da sua empresa? Nem sempre. Por isso, é fundamental monitorar como a equipe está se adaptando e, principalmente, se os resultados estão alinhados com as expectativas.
De acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produtividade por hora trabalhada no Brasil cresce de forma lenta, o que evidencia o fato de que novas práticas, como a short Friday, são uma oportunidade para repensar a rotina e até melhorar o desempenho da equipe.
Por isso, o melhor a fazer para medir o sucesso da estratégia é colher feedbacks regulares, ouvir as dificuldades dos colaboradores e ajustar os processos quando necessário.
Uma jornada de trabalho reduzida é para todos?
Na prática, nem toda empresa vai se adaptar à short Friday com facilidade. Setores como varejo, fábricas ou serviços essenciais, nos quais a presença constante é crucial, precisam de ajustes para implementar algo parecido.
Para resolver, você pode redistribuir as horas ao longo da semana ou usar o banco de horas para compensar as saídas mais cedo, por exemplo, desde que os colaboradores estejam de acordo e o combinado esteja disposto em contrato, é claro.
Exemplos de empresas que adotaram a short Friday
Exemplos inspiradores não faltam. No Brasil, a Bayer, referência farmacêutica, introduziu o modelo em 2011 para funções administrativas, permitindo que os funcionários encerrem o expediente às 13h30 nas sextas-feiras, com compensação das horas nos outros dias da semana.
Outros exemplos de sucesso incluem L’Oréal, Livelo, Syngenta, Henkel e Mondelez, que revelaram também aumento na produtividade de seus funcionários.
No mais, empresas como Google e Natura já mostraram que apostar no bem-estar dos colaboradores funciona, já que essas políticas inovadoras contribuem para o destaque das marcas no mercado, atraindo os melhores talentos.
E como implementar a short Friday na minha empresa?
A implementação começa com organização. Um sistema de gestão que inclua controle de ponto e banco de horas é essencial para otimizar as jornadas de trabalho e garantir que tudo corra bem.
Com a ferramenta certa, você consegue:
- Monitorar a carga horária
- Ajustar escalas sem dor de cabeça
- Garantir que o expediente reduzido traga benefícios reais para o negócio
No mais, basta seguir o passo a passo abaixo!
- Avalie a viabilidade para o negócio. Analise os setores da empresa para entender quais podem adotar o modelo sem comprometer a produtividade e identifique períodos de menor demanda em sua operação.
- Defina o formato da short Friday. Escolha entre uma jornada reduzida, como expediente até às 13h ou 15h, ou semana de 4 dias, com folga às sextas, e determine como será feita a compensação de horas, como redução do intervalo de almoço ou aumento do expediente nos outros dias.
- Converse com os líderes. Reúna os gestores para alinhar expectativas, identificar possíveis barreiras e obter apoio, apresentando estudos ou exemplos de empresas que adotaram o modelo com sucesso.
- Elabore uma política formal. Crie um documento explicando as regras e os critérios para a implementação, detalhando quem será elegível, os horários exatos e as regras para exceções em períodos de alta demanda.
- Comunique os colaboradores. Realize uma reunião geral ou envie um comunicado oficial para apresentar a novidade, explicando benefícios como maior qualidade de vida e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de deixar claro que a mudança será monitorada e avaliada.
- Realize um período de teste. Estabeleça um piloto com duração de 1 a 3 meses para medir os resultados, coletar feedback dos colaboradores e monitorar indicadores como produtividade, satisfação da equipe e qualidade dos serviços prestados.
- Implemente ferramentas de controle, como os sistemas de gestão de tarefas ou ponto eletrônico para garantir que os objetivos e prazos continuem sendo cumpridos durante a jornada reduzida.
- Monitore e ajuste. Avalie relatórios e feedback obtidos durante o período de teste para identificar ajustes necessários, como horários ou setores adicionais que podem adotar a short Friday.
- Formalize a mudança. Após o sucesso do período de teste, oficialize a prática como parte da cultura da empresa, atualizando as políticas internas e comunicando as definições finais a todos os colaboradores.
- Celebre e divulgue, reconhecendo o sucesso da implementação por meio de ações internas e, se apropriado, divulgando-a externamente como diferencial da empresa para atrair e reter talentos.
Mais simples do que você pensava, né? Experimente o que pode ser a chave para transformar a produtividade da sua empresa e ainda conquistar uma equipe mais feliz!
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