Para otimizar a escala de plantão da sua empresa, não deixe de fazer um bom planejamento, entendendo as necessidades da organização e as regras da legislação. No mais, basta alinhar os turnos com os funcionários e fazer uso de um bom software de gestão de jornada para controlar cada escala em um único lugar.
Tudo isso pensando em facilitar essa gestão que é, sem dúvidas, um grande desafio, já que ter colaboradores exercendo sua função durante longos períodos sem o planejamento adequado gera frustração e sobrecarga, prejudicando a produtividade e o bem-estar da sua equipe.
Se esse é um problema que você enfrenta, este conteúdo certamente vai tirar várias dúvidas, além de mostrar um caminho simples para melhorar sua organização. Confira!
O que são as escalas de plantão?
As escalas de plantão são turnos de trabalho com períodos mais longos para garantir a continuidade de atividades essenciais, como na área da saúde, segurança, ou setores que operam 24 horas por dia. Elas devem incluir períodos de descanso, e são frequentemente definidas por convenções trabalhistas.
Algumas profissões que costumam exercer esse tipo de turno incluem médicos, enfermeiros, guardas, policiais, motoristas, bombeiros, cobradores de pedágio e outras cujas atividades não podem ser interrompidas.
Nesse sentido, as escalas servem para a organização de turnos nesses plantões, facilitando o controle de quem vai estar trabalhando em qual momento e mantendo o serviço em pleno funcionamento.
Só que os tipos de escala podem variar bastante dependendo do setor, da necessidade e da disponibilidade dos profissionais. Entenda mais aqui embaixo
Quais são os tipos de escala de plantão? Como elas funcionam?
As jornadas mais comuns para plantonistas são 12x12, 12x36, 18x36 e 24x48, e elas funcionam de forma bem simples: o primeiro par de números sempre indica a quantidade de horas trabalhadas, enquanto o segundo – depois do “x” – indica o tempo de folga do profissional.
12x12
Nesta escala, o trabalhador faz 12 horas de expediente e folga outras 12 horas. Essa é uma opção muito comum para quem trabalha embarcado em plataformas de petróleo, por exemplo.
Nesse caso específico, além da jornada diária, os trabalhadores têm um calendário mensal, que é de uma semana em alto mar e duas de folga em terra firme.
12x36
Na escala 12x36, o plantonista trabalha por 12 horas seguidas e folga nas próximas 36. Por exemplo, se ele começa o expediente à meia-noite da segunda-feira, seu plantão vai até o meio-dia da mesma data.
Depois, ele descansará até o final da segunda-feira e toda a terça-feira, um total de 36 horas, voltando ao trabalho à meia-noite de quarta-feira.
Aqui vai uma lista de profissionais que costumam trabalhar nesse formato:
- Enfermeiros e técnicos de enfermagem
- Vigilantes de segurança patrimonial
- Recepcionistas de plantão em hospitais
18x36
Assim como na anterior, no formato 18x36 são 18 horas de trabalho seguidas por 36 de descanso. Bem comum para:
- Motoristas de transporte de cargas
- Operadores de usinas e siderúrgicas
- Técnicos de manutenção industrial
24x48
Uma das escalas mais controversas de plantão é a de 24x48, na qual o profissional fica 24 horas trabalhando e folga nos próximos dois dias.
Mesmo com alguns intervalos para alimentação e descanso durante o expediente, trabalhar um dia completo é bastante desgastante, e pode acarretar no surgimento de doenças ocupacionais ou mesmo na síndrome de Burnout.
Exemplos de profissionais que seguem essa rotina incluem:
- Bombeiros
- Policiais militares e civis
E, ao lidar com turnos tão longos, sempre surge a dúvida se isso realmente é permitido pela lei. Entenda logo abaixo o que a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, prevê nesses casos extremos.
O que a legislação diz sobre essas escalas de plantão?
De maneira geral, a CLT não proíbe nenhuma escala de plantão, porque não possui nenhum artigo específico sobre elas.
O artigo 59, no entanto, permite uma certa flexibilidade nas jornadas, desde que combinadas a partir de uma convenção coletiva ou um acordo individual.
Ainda assim, outras regras, como o limite máximo de 44 horas semanais, ainda se aplicam. Caso esse limite seja ultrapassado, devem ser pagas horas extras como em qualquer outra situação. Adicional noturno, insalubridade e outros direitos também continuam sendo obrigatórios quando se aplicam.
E esse é um dos motivos que faz com que o controle de jornadas de plantão seja tão importante, garantindo que ninguém saia sobrecarregado e que a companhia esteja de acordo com a legislação. Mas não para por aí!
Por que é importante fazer uma gestão de escalas de plantão?
Evita processos trabalhistas
O pagamento inadequado e a falta de controle das horas extras estão quase sempre entre os maiores geradores de ações trabalhistas.
E quando se fala em plantão, existem, sim, horas extras constantes! Imagine um policial atendendo uma ocorrência no final do turno: nem sempre é possível bater o ponto e partir para o descanso no meio de uma situação dessas, né?
Sem um controle correto, é bem provável que alguém vai acabar trabalhando mais do que deveria ou recebendo menos, o que pode – e possivelmente vai – gerar um processo trabalhista e uma grande dor de cabeça.
Garante o funcionamento ininterrupto dos serviços
Como os plantões acontecem porque determinada função precisa ser exercida por alguém o tempo todo, uma boa organização evita que lacunas aconteçam na execução do serviço.
Imagine, por exemplo, uma unidade de pronto-atendimento onde, por falta de organização, menos médicos aparecem para trabalhar do que o necessário.
Além da sobrecarga nos profissionais que estão em atividade, a qualidade do serviço diminui bastante, e, se tratando de saúde, o impacto pode ser gravíssimo.
Diminui o desgaste das equipes
Trabalhar por 12 ou mais horas já é uma jornada bastante cansativa. Se, além disso, seus colaboradores ainda sofrerem com falta de profissionais na equipe, gerando momentos de sobrecarga, esse desgaste será ainda maior.
Um bom controle evita esse tipo de situação, já que existe um planejamento prévio de quem vai trabalhar e quando, ainda mais se a instituição contar com um bom software de escala, que permite que a grade de plantonistas possa ser visualizada a qualquer momento.
Dá mais agilidade à administração
Um planejamento adequado também permite que quem administra os turnos aja rápido em caso de imprevistos. Um profissional faltou? Sabendo quem está trabalhando e quem está de folga, fica mais fácil fazer uma substituição sem infringir as normas da CLT.
Aumenta a previsibilidade
Em alguns setores, como nas praças de pedágio, é possível identificar dias de maior demanda, quando uma equipe maior de profissionais se faz necessária. Já pensou um feriadão com apenas três operadores em atividade? Seria fila garantida e reclamações em alta!
Com um bom planejamento, fica mais fácil organizar os plantões e ter o número necessário de trabalhadores atuando, mantendo a qualidade e eficiência operacional.
Convencido(a) de que você precisa otimizar a escala de plantões por aí? As dicas abaixo ajudam a dominar essa tarefa de forma simples.
Como fazer um planejamento de plantões eficiente? 4 passos essenciais
1. Compreenda quais as necessidades da empresa
O primeiro passo é colocar na ponta do lápis quais posições e setores precisam trabalhar em escala de plantão, quantas horas serão necessárias e quantos profissionais são essenciais para manter tudo funcionando.
Só com esses dados em mãos é que você vai conseguir construir uma boa escala.
2. Entenda a legislação e estabeleça regras
O segundo passo é entender o que a convenção coletiva permite em relação aos turnos de trabalho mais extensos para a categoria. Tudo deve estar sempre dentro dessas normas e também dentro do que exigem outras diretrizes da CLT.
Além disso, não deixe de criar regras internas para facilitar o entendimento e a flexibilidade das escalas, permitindo trocas de turno entre profissionais, por exemplo.
3. Converse com a equipe sobre suas preferências
Outra boa prática é ter uma reunião com a equipe e entender suas preferências de horários. Provavelmente alguns dias e períodos terão a preferência de mais pessoas no time, como é o caso dos fins de semana e feriados.
Nesses casos, o ideal é fazer um revezamento semanal entre os profissionais, para que seja justo com todos, mesmo considerando escalas mais indesejadas, como durante a madrugada.
4. Utilize ferramentas de gestão
Por fim, para ter certeza de que o controle seja fácil de utilizar, bem organizado e com uma ótima eficiência operacional, você precisa utilizar uma plataforma de gestão de funcionários com controle de banco de horas e escalas de trabalho.
Esse tipo de ferramenta RH facilita muito a vida de quem trabalha no setor, permitindo visualizar as horas extras, faltas, atestados e abonos de toda a equipe, além de automatizar as escalas e permitir que gestores configurem jornadas específicas para cada profissional, de acordo com a função que ele exerce na empresa.
Se organizar plantões é um desafio para o seu negócio, um software de escalas vai melhorar muito sua organização e, ao mesmo tempo, dar mais tranquilidade a toda a equipe. Siga as dicas que leu até aqui e tenha sucesso garantido nessa tarefa!
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