Organizar uma escala de trabalho significa distribuir o revezamento dos funcionários de uma empresa em turnos, dentro das 44 horas semanais máximas previstas por lei e com possibilidade de compensação de horários.
Cabe ao departamento de Recursos Humanos das organizações pensar na organização e a empresa pode alterar a escala de trabalho, sempre montando essa escala de acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Os dias e horários definidos devem beneficiar tanto a produtividade da empresa quanto a vida dos colaboradores dentro e fora dela.
Os 6 tipos de escala de trabalho mais comuns no Brasil
1. Escala 4 x 2
A cada 4 dias trabalhados em turnos de 11 horas, 2 são de folga. Por mês, o trabalhador que atua nesse modelo de escala de trabalho contabiliza 220 horas trabalhadas e deve receber 30 horas extras.
2. Escala 5 x 1
A cada 5 dias trabalhados, 1 de folga e duração máxima da jornada de trabalho diária de 7 horas e 20 minutos. O dia de folga não é fixado por lei: precisa ser acordado entre colaborador e empresa.
3. Escala 6 x 1
A cada 6 dias trabalhados, 1 descansado. Nesse caso, o descanso geralmente é concedido pela empresa ao funcionário aos domingos, mas as folgas podem ser alternadas ou acontecer às segundas-feiras, por exemplo.
Aqui, acordar o dia de descanso também cabe ao contratante e ao contratado. Mas por lei, impreterivelmente, todos os meses o funcionário deve receber pelo menos 1 domingo de dispensa.
4. Escala 12 x 36
Uma escala para funções que não podem ser interrompidas. Nela, a cada 12 horas trabalhadas, as outras 36 horas são de descanso. Esse formato só pode ser instaurado a partir de acordos coletivos, assim como outros formatos “menos tradicionais”.
5. Escala 18 x 36
Segue as mesmas regras da escala anterior, mas nela o colaborador precisa trabalhar 18 horas para tirar as próximas 36 de folga.
6. Escala 24 x 48
A cada dia trabalhado, dois são reservados para descanso.
Horas extras e intervalos
Ao pensar em um modelo de escala de trabalho, as empresas devem levar em conta também as horas extras. Então, se um colaborador está em atividade num final de semana que seria de descanso, essas horas trabalhadas precisarão ser compensadas.
Se não houver compensação de horas pelos finais de semana e feriados que deveriam ser de folga, mas são trabalhados sem que o colaborador esteja na escala, o valor diário do salário do colaborador deve ser pago em dobro.
Por outro lado, isso não ocorre quando a escala de trabalho condiz, de fato, com o dia de feriado, portanto, quando o colaborador está na escala. Nesse caso, já houve um acordo entre funcionário e empresa e o dia, mesmo sendo feriado, é pago como qualquer outro.
Mais uma coisa que precisa ser levada em consideração são os intervalos: empresas que não instituem intervalos como regra podem ser multadas e enfrentar duros processos trabalhistas.
Para jornadas de 6 horas (meio período), intervalos de 15 minutos. Para jornadas integrais, intervalos intrajornada de 30 minutos a 2 horas, fora do tempo de expediente.
Todo colaborador, em qualquer um dos tipos de escala, tem direito ao descanso semanal remunerado de 24 horas ininterruptas.
Erros e acertos ao se organizar escala de trabalho
Para instituir qualquer escala de trabalho, o setor de Recursos Humanos de uma empresa precisa pensar de forma estratégica e ter amplo conhecimento das leis.
Acompanhar e monitorar convenções e notícias de sindicatos e associações, além de informações cedidas por fontes oficiais e confiáveis, pode contribuir muito no sucesso da escala definida e das atividades do RH no geral.
Alguns erros são bastante frequentes na organização de escalas de trabalho. Memorize-os para não correr o risco de cometê-los!
- Realizar a divisão dos turnos em cima da hora, sem antecedência e sem contabilizar folgas e intervalos.
- Ultrapassar os limites de horário de cada jornada.
- Tomar nota dos dados manualmente, o que aumenta muito as chances de erro.
- Deixar colaboradores sem folga aos domingos por mais de 7 semanas.
Ouvir cada funcionário individualmente para conhecer suas necessidades, objeções e desejos em relação à escala é bastante pertinente.
O período de descanso dos colaboradores não pode ser esquecido. Nem de se oferecer a eles um bom espaço para realizá-lo.
Um RH acima de tudo humanizado é sempre melhor sucedido. Pode acreditar!
Afinal, como fazer uma escala de trabalho?
Analisar antes de definir
Em primeiro lugar, separar um tempo para analisar com muita calma os períodos de trabalho de cada colaborador, assim como os intervalos intrajornada e interjornada.
E compreender que metas e outras definições precisam ser estabelecidas em conjunto. Afinal, o clima da empresa e a harmonia entre os funcionários contam muito na hora de se instituir uma escala.
Prestar atenção às férias
Elas não podem “se atropelar” e não podem ser esquecidas. Um RH capaz de se moldar às solicitações dos colaboradores em relação às férias, na medida do possível, é claro, será responsável por tornar a empresa ainda mais querida entre eles.
Dessa forma, terá menor rotatividade dos funcionários e verá crescer a produtividade da organização.
Fazer um controle de ponto cauteloso
Pontos podem ser manuais, mecânicos ou eletrônicos. Se quiser modificar ou implementar esse formato de controle, pesquisas e levantamentos de opiniões dentro e fora da empresa ajudam na descoberta da melhor opção.
Quanto mais fáceis de usar e programar, melhores as ferramentas e os sistemas para se fazer o controle de ponto. E mais elas contribuirão para que o RH reúna e organize dados que ajudarão no trabalho de todo fim de mês.
Vale ressaltar: existe uma lei específica para o uso de pontos eletrônicos e, se adotado esse formato de controle, é fundamental estar por dentro da legislação e suas exigências.
As planilhas podem permanecer em uso, mas se somadas às ferramentas digitais. Isso oferecerá um controle 100% eficiente e adequado.
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