Para superar os desafios que um setor de RH pode enfrentar ao gerenciar o banco de horas da empresa, é preciso aliar tecnologia ao registro de horas trabalhadas e promover o conhecimento da funcionalidade e das vantagens do método entre seus colaboradores.
Usar meios digitais para controlar esse sistema é um jeito muito eficiente de facilitar a compreensão e o uso por cada funcionário, além de tornar o processo mais transparente, o que ajuda a convencer o colaborador a aderir ao método.
Se você quer entender melhor do que se trata e como fazer uma implementação adequada do banco de horas, siga com a gente. Vamos mostrar para você por que tantas empresas têm apostado nessa iniciativa para gerir melhor o efetivo e aliviar o trabalho do seu RH.
Como funciona um banco de horas?
Partindo do princípio de que a empresa faça registro das jornadas dos colaboradores por algum tipo de controle de ponto, o banco de horas é uma funcionalidade que permite computar as horas que excedem a jornada prevista e são devidas ao trabalhador ou as faltantes quando há algum imprevisto e o colaborador precisa faltar, o que resulta em horas negativas.
Esse é um meio de devolver ao trabalhador esse tempo extra, permitindo que ele o use para descanso, para ser dispensado antes do horário em caso de necessidade ou para compensar eventuais atrasos e faltas.
Esse sistema vai computar as horas trabalhadas além da jornada regular como “horas positivas”, além de permitir o registro de atrasos e faltas como “horas negativas”, a serem compensadas com a prestação de horas extras, desde que dentro do limite diário legal de duas horas adicionais.
Funciona mais ou menos como um banco, em que as horas positivas funcionam como um crédito a ser utilizado pelo empregado conforme a necessidade e a disponibilidade do previsto em acordos trabalhistas, nos limites definidos pela legislação.
Qual lei regulamenta o banco de horas?
Falando em legislação, o texto que atualiza o entendimento sobre os bancos de horas está na Reforma Trabalhista, em vigor desde 2017, mas sua previsão já consta na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no artigo 59.
A CLT usa o termo “compensação de jornada” e isenta o empregador de acrescentar ao salário do funcionário as horas extras trabalhadas caso opte pela compensação, que deve ser executada em até um ano.
A nova reforma trouxe mais flexibilidade ao dispensar a necessidade de convenções coletivas de trabalho para implantar o banco, autorizando acordos individuais desde que a compensação ocorra num período máximo de seis meses.
O acordo individual também pode prever que as horas extras trabalhadas sejam compensadas no mesmo mês. Ainda, essa lei permite que o banco tenha a validade de um ano, se for assim definido em acordo coletivo.
Qual a diferença entre banco de horas e horas extras?
O empregador que firmar acordo com seu funcionário pela utilização do banco de horas se compromete a fazer o registro de todas as horas extras trabalhadas para que o colaborador possa utilizá-las quando for necessário.
Caso não haja a compensação dentro dos limites definidos pela reforma trabalhista, a empresa fica encarregada de fazer os pagamentos referentes ao tempo extra trabalhado.
Inclusive, em caso de demissão ou outro tipo de rescisão contratual, havendo horas positivas no banco do funcionário, cabe ao RH calcular os valores devidos como serviço extra e fazer o pagamento.
Dizendo de outra forma, toda hora trabalhada que excede a jornada diária, seja por necessidade da empresa ou por disponibilidade do trabalhador, é chamada de hora extra.
A depender do critério firmado em acordo entre a empresa e o colaborador, esse tempo extra de trabalho pode ser remunerado ou então registrado no banco de horas como hora positiva a ser compensada futuramente.
Esse sistema implica em algumas vantagens, tanto para o empregador quanto para o empregado. Vamos analisar mais de perto esses benefícios?
Quais as vantagens de utilizar banco de horas?
Dentre os principais ganhos de contar com um banco de horas eficiente na empresa, podemos apontar:
1. Flexibilização de horários
O sistema permite que o tempo perdido em atrasos, consultas, saídas antecipadas e outras eventualidades seja recuperado sem prejuízos salariais.
2. Aumento da produtividade e do lucro
Uma jornada mais flexível agrega mais satisfação no ambiente de trabalho e pode resultar em aumento da produtividade, e ajuda a controlar ausências não programadas que interferem na rotina da empresa.
3. Redução de custos
As horas extras, quando remuneradas, pesam bastante na folha salarial, além de sobrecarregar o setor responsável pelo cálculo e pagamento desses valores, tarefa dispensável quando a empresa faz uso de banco de horas.
Mas é importante frisar: para que o banco de horas não se torne um problema, o controle de ponto deve ser feito com precisão. Dessa forma, a gestão de jornada acontece de maneira segura e eficiente.
Como é feito o gerenciamento do banco de horas?
Através da implementação de um sistema de ponto para controlar a entrada e a saída do colaborador, contabilizando sua jornada diária de trabalho, é possível contabilizar as horas positivas e negativas de cada funcionário.
Esse sistema de controle de ponto pode se dar por meio mecânico, eletrônico ou digital. Os meios mecânicos e o eletrônico – por biometria ou cartão – já são bem difundidos nas empresas. Os meios digitais, usando registro de ponto por celular, são mais recentes.
Essa nova modalidade de ponto permite uma gestão participativa do controle do banco de horas a depender do sistema escolhido. Apesar de ser responsabilidade legal da empresa, permitir o acesso aos colaboradores via aplicativo torna o controle mais transparente.
Além disso, o funcionário pode fazer melhor uso do tempo acumulado no seu banco de horas, planejando ausências com antecedência, comunicando inclusive o responsável do seu setor, para evitar surpresas que causem transtornos na rotina da empresa.
Essa participação é fundamental para uma gestão adequada, garantindo que os dois lados se beneficiem da ferramenta.
Como criar uma política de banco de horas justa e equilibrada?
Para implementar uma política de bancos de horas que seja efetivamente justa e equilibrada, deve-se observar alguns aspectos bem importantes. Para resumir, fizemos uma lista para você!
1. Atente-se ao que é previsto em lei
A legislação trabalhista prevê a utilização de banco de horas alternativo ao pagamento de horas extras, mas as condições devem ser de conhecimento de todos e os prazos devem ser respeitados.
Também é preciso respeitar o limite de oito horas da jornada diária de trabalho, excedida em no máximo duas horas caso haja necessidade.
Vale lembrar que a hora extra trabalhada deve ser computada no banco com acréscimo de 50% em dias de semana e de 100% nos finais de semana.
Além disso, fique atento para algumas categorias que, por sua natureza específica, não admitem flexibilização possuem regulação específica, como a jornada de trabalho de estagiários.
2. Seja transparente
Não é obrigatório, mas é vital que cada colaborador possa ter acesso facilitado ao seu banco. Essa medida pode inclusive melhorar o clima organizacional da empresa.
Um controle de ponto virtual por aplicativo garante essa facilidade de acesso, gerando, além de transparência, confiança no gerenciamento do sistema e aumentando a satisfação do colaborador com a gestão empresarial.
3. Possibilite a autogestão
A inclusão do trabalhador na participação da gestão permite um melhor planejamento para que ele possa solicitar a compensação em tempo hábil ou para decidir repor, se necessário, as horas negativas registradas em dias que houve atrasos ou faltas.
Além disso, a autogestão ajuda a evitar que setor responsável pelo banco se sobrecarregue com o controle de um grande volume de informações e acabe perdendo os prazos para a compensação dessas horas excedentes.
Tá ficando claro como implantar esse sistema de compensação pode ser vantajoso para sua empresa, além de ser muito prático graças à tecnologia?
Podemos resumir essa praticidade em três dicas fundamentais para você implementá-lo sem complicações. Anote aí!
3 dicas para gerenciar o banco de horas corretamente
Contar com um sistema moderno e tecnológico, prezar pela comunicação clara com os colaboradores e permitir um controle participativo são itens fundamentais para garantir que seu banco de horas funcione bem.
1. Aposte na tecnologia
Os meios digitais de controle de ponto e de gestão de banco de horas são uma mão na roda para gestores de RH dos mais variados tipos de empresa. Um app para registrar horas de trabalho, por exemplo, une as duas funcionalidades tornando tudo mais prático.
Pesquise pelo que melhor se encaixa nas necessidades do seu ambiente de trabalho, levando em consideração a flexibilidade da jornada de cada cargo ou função, do número de funcionários e das metas específicas de cada setor.
2. Preze pela comunicação clara
Estabeleça regras claras sobre a contabilização das horas e sua utilização – sempre dentro dos limites legais – e leve-as ao conhecimento de todos os envolvidos.
Possibilite canais de comunicação entre os colaboradores, seus líderes e os setores administrativos para que todos se beneficiem da flexibilidade mencionada, de maneira planejada e saudável para o andamento dos serviços.
3. Conte com um controle participativo
Esse ponto é essencial, por isso, vamos repetir: além de aliviar o trabalho do RH da empresa, promover a autogestão cria uma atmosfera agradável no ambiente de trabalho, transmitindo ao colaborador confiança na maneira com que a empresa conduz sua administração.
Com base nessas três dicas, você desenvolve na equipe o espírito necessário para que a aplicação do banco de horas na sua empresa deixe de ser um desafio. Em especial, investir em tecnologia na gestão do banco de horas é vital até para facilitar as outras dicas.
Essa estratégia é perfeita para gestores que querem otimizar a jornada dos funcionários, recompensando-os adequadamente sem pesar no orçamento. Isso resulta em um melhor ambiente de trabalho, na economia de recursos e em ganhos de produtividade.
Considere implementar um banco de horas na sua empresa, especialmente se as características do negócio e dos colaboradores se encaixam em jornadas de trabalho flexíveis. Os resultados vão surpreender!
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